Iraque: Estudo da Fundação Ajuda a Igreja que Sofre mostra cenário de «destruição» na Planície de Nínive

Estado Islâmico arrasou cerca de 12 mil casas de famílias cristãs

Lisboa, 31 mar 2017 (Ecclesia) – Um estudo da Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS), junto de refugiados cristãos provenientes da Planície de Nínive, no Iraque, destaca o rasto de destruição deixado pelo Estado Islâmico, que vai dificultar o regresso destas pessoas a casa.

De acordo com o referido trabalho, enviado hoje à Agência ECCLESIA, o ataque protagonizado pelo grupo terrorista islâmico àquela região, em agosto de 2014, deixou cerca de “12 mil casas danificadas” e dessas habitações, “700 ficaram completamente destruídas”.

Grande parte das pessoas e famílias em causa estão atualmente refugiadas na cidade de Erbil, uma localidade situada no norte do país, no Curdistão Iraquiano.

Deste número, a AIS presta apoio humanitário e de emergência a pelo menos 12 mil famílias.

Muitas, para além de terem ficado sem as suas casas e propriedades, viram-se também sem “documentos de identificação”, que “foram roubados pelos jihadistas”.

Segundo o estudo da AIS, a criação de condições, em termos da reconstrução de todas as habitações e propriedades destruídas pelo Estado Islâmico ao longo da Planície de Nínive, implicará um investimento avultado.

Questionados sobre a vontade de regressarem a casa,  “41 por cento dos refugiados cristãos manifestaram essa vontade, enquanto 46 por cento dos inquiridos afirmaram apenas que estão a avaliar tal hipótese”, realça a organização católica.

Abrangidas por este estudo estão comunidades cristãs provenientes de localidades como Mossul, Qaraqosh e Alqosh.

A Fundação Ajuda a Igreja que Sofre está neste momento “disponível para colaborar ativamente” na reconstrução das aldeias e povoados atingidos na Planície de Nínive, de modo a que as famílias cristãs que queriam regressar o possam fazer com as melhores condições possíveis.

Em 2003, a comunidade cristã no Iraque era composta por cerca de 1 milhão e meio de pessoas, mas estima-se que devido ao clima de terror, perseguição e violência imposto nos últimos anos pelo Estado Islâmico no país, esse número não ultrapassa hoje os cerca de 250 mil.

JCP

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Agência ECCLESIA

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