ONU: Observador da Santa Sé alerta para «contínua deterioração» da liberdade religiosa

D. Ivan Jurkovic lembrou em Genebra o drama dos cristãos e de outros crentes que permanecem em zonas de conflito

Genebra, 08 mar 2017 (Ecclesia) – O observador permanente da Santa Sé junto das instituições das Nações Unidas com sede em Genebra, na Suíça, defendeu a urgência de consagrar “a liberdade religiosa como um direito humano fundamental”.

Numa declaração enviada à Agência ECCLESIA, e feita durante uma sessão da ONU dedicada a esta questão, D. Ivan Jurkovic recordou as violações que hoje continuam a ser cometidas contra cristãos e pessoas de diferentes religiões e credos, quando a liberdade religiosa deveria estar aberta “a todas as pessoas e em todos os países”.

“Apesar dos muitos esforços que têm sido feitos para promover e reforçar o direito humano fundamental à liberdade religiosa, o que temos assistido é a uma contínua deterioração deste direito, ou mais ainda, deste inalienável direito, em muitas partes do mundo”, salientou o representante da Santa Sé.

O arcebispo refere que esta questão se tornou ainda mais grave hoje, numa era marcada por guerras e atos de terrorismo, em que “aqueles que se mantém em zonas de conflito vivem sob a permanente ameaça de repressão e abuso”. 

Embora reconheça o empenho da comunidade internacional em “manter acesa a denúncia sobre as violações cometidas e sobre quem as comete”, o representante da Santa Sé considera essencial o desenvolvimento de estratégias que ajudem a “proteger” estas comunidades mais desamparadas.

“A liberdade religiosa não é apenas um direito privado à crença ou à adoração. É também a liberdade para viver, tanto no privado como no público, segundo os princípios éticos resultantes dessa crença. Este é o grande desafio do nosso mundo globalizado, onde aqueles que defendem a sua fé acabam perseguidos”, apontou.

Para D. Ivan Jurkovic, “falhar na aplicação e na defesa da liberdade religiosa” significará também falhar na afirmação de “todos os outros direitos humanos”, uma vez que todos estão interligados “na Declaração Universal dos Direitos Humanos”.

É preciso passar à “prática” o “ideal proposto nestes mecanismos internacionais”, uma tarefa que o porta-voz do Vaticano admite ser difícil mas também inadiável.

“Não há outra alternativa que não continua a trabalhar rumo a uma garantia mais efetiva da liberdade religiosa para todos”, concluiu.

JCP

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