Irmã Lúcia: Uma clausura «absolutamente atenta» ao mundo – bispo de Coimbra

D. Virgílio Antunes destaca que vidente de Fátima acompanhava a realidade que a envolvia

Coimbra, 10 fev 2017 (Ecclesia) – O bispo da Diocese de Coimbra disse que a Irmã Lúcia, vidente de Fátima, era uma mulher “absolutamente atenta” ao que se passa na Igreja e no mundo, com a sua vida de religiosa de clausura.

“Destacaria uma fé integrada, uma fé inserida, uma fé contextualizada na vida do Carmelo, da Igreja e na realidade do mundo”, afirmou D. Virgílio Antunes na mais recente edição do Semanário ECCLESIA, com um dossier dedicado ao encerramento da fase diocesana da causa de canonização da vidente de Fátima.

O prelado considera “muito interessante” a ligação da vidente de Fátima e o seu coração “a palpitar com o coração da Igreja” porque uma carmelita, “uma mulher encerrada dentro dos muros de um convento”, podia viver uma espiritualidade mais pessoal, intimista, “alheia à realidade da Igreja ou até à realidade do mundo”.

No caso da Irmã Lúcia, a religiosa esteve atenta ao que se passa na Igreja e conhecia a realidade das nações, “as alegrias e as tristezas, os problemas e as grandezas”.

Segundo o bispo diocesano, antigo reitor do Santuário de Fátima, a vidente tinha a sua “própria perspetiva” que procurava ler a partir “da fé”, da Sagrada Escritura e da dimensão espiritual da sua vida.

“É uma mulher que está plenamente inserida dentro das circunstâncias próprias naturalmente em que se passa a sua vida”, sublinha sobre a consagrada que viveu 97 anos, a maior parte em clausura.

Na próxima segunda-feira, o Carmelo de Coimbra, onde a irmã Lúcia morreu após viver durante várias décadas em clausura, vai receber a cerimónia de encerramento do inquérito diocesano do seu processo de canonização, que depois vai ser enviado para Roma com a documentação recolhida, estudada e organizada.

Este processo teve início em 2008, apenas três anos após a sua morte depois do agora Papa emérito Bento XVI ter dispensado que se esperassem cinco anos para começar, e encerra mais de oito anos de trabalho sobre a vidente de Fátima.

D. Virgílio Antunes frisa que a vida da irmã Lúcia foi “muito longa”, teve a oportunidade de “viver muitos episódios” e escrever também, o que “alongou em muito” esta fase, sobretudo tendo em conta as expectativas de “o processo ser uma coisa muito acelerada”.

“Felizmente, estamos a chegar ao fim e é sempre o tempo oportuno”, comentou, acrescentando que ficam “felizes enquanto diocese” e o Carmelo também enquanto “comunidade que pediu a abertura” da causa.

O bispo de Coimbra explica que “é coincidência” a conclusão em 2017, quando a Igreja Católica em Portugal está a celebrar o Centenário das Aparições, até porque se chegou a pensar ser possível ter o trabalho terminado já em 2016.

Neste contexto, o prelado afirma que a fase diocesana do processo da irmã Lúcia de Jesus deixa tudo nas mãos do Vaticano, a partir de agora.

“Tudo o resto não depende de nós e dependerá das instâncias da Santa Sé que assumirão nas suas próprias mãos a condução do futuro”, concluiu D. Virgílio Antunes na mais recente edição do Semanário ECCLESIA dedicado à irmã Lúcia de Jesus, a última vidente das Aparições de Nossa Senhora a morrer e divulgadora dessa mensagem mariana.

HM/CB/OC

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