Angra do Heroísmo, Açores, 30 jan 2017 (Ecclesia) – A professora catedrática de psicologia Teresa Medeiros afirma que é preciso “repensar o modelo de assistência à terceira idade” nos Açores onde “envelhece-se melhor” mas é necessário valorizando a autonomia e o acompanhamento diferenciado.
“Depois da construção de vários lares é preciso pensar noutros modelos de assistência de apoio às pessoas idosos”, afirmou a entrevistada que lançou o livro ‘Repensar as pessoas idosas no século XXI’.
Ao sítio diocesano ‘Igreja Açores’, a investigadora explicou que residências assistidas, construção de aldeias pensadas para pessoas mais idosas e “um apoio domiciliário diferenciado” são as alternativas.
No Arquipélago dos Açores, segundo a entrevistada, os idosos envelhecem com mais qualidade de vida e as “relações de vizinhança, proximidade da família, acompanhamento”, entre outros, contribuem para essa realidade.
A espiritualidade, “fundamental na vida de um idoso”, é também um “fator decisivo” para um bom envelhecimento porque apesar das dificuldades materiais e de saúde, “encaram a vida como um bem”.
“É preciso decidir com eles e não para eles”, acrescentou a especialista referindo que, às vezes, colocam-se as pessoas em lares “sem haver uma conversa prévia, uma aprendizagem, uma preparação”.
Para a professora de psicologia é preciso também “apostar na formação continua” dos cuidadores formais e dos informais pois são pessoas “muito desgastadas” do ponto de vista pessoal uma vez que trabalham com doenças graves, com a morte ou com demências”.
“Os cuidadores têm de estar equilibrados psicologicamente e ter uma grande auto estima e isso consegue-se através de um trabalho árduo”, sublinhou no programa ‘Igreja Açores’ transmitido este domingo no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores.
CB