Portugal: Presépio mantém importância central na celebração do Natal (c/vídeo)

Representação do nascimento de Jesus remonta a 1223 e deve-se a São Francisco de Assis

Lisboa, 23 dez 2020 (Ecclesia) – A época natalícia é vivida de múltiplas formas e com as mais variadas representações, mas de norte a sul do país, incluindo os dois arquipélagos, o presépio ocupa o lugar central.

A palavra «presépio» significa “um lugar onde se recolhe o gado, curral, estábulo”, mas é também a designação dada à representação artística do nascimento do Menino Jesus num estábulo, acompanhado pela Virgem Maria e São José, além de outras figuras como pastores, animais, anjos, os reis magos, entre outros.

A configuração plástica do nascimento de Jesus surgiu por iniciativa de São Francisco de Assis, em 1223, com figuras esculpidas à volta de uma manjedoura.

Esta primeira figuração aconteceu na cidade italiana de Greccio e foi colocada numa gruta natural, contanto com imagens em tamanho natural; o que restou desse presépio encontra-se, atualmente, na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, conforme consta num inventário do Papa Martinho V (1417-1431).

A recriação da cena do nascimento de Jesus espalhou-se por todo o mundo e chegou facilmente à Península Ibérica e em Portugal foram feitos alguns dos mais belos presépios de todo o mundo, sendo de destacar os realizados pelo escultor Machado de Castro e os criados pelo barrista António Ferreira.

Se a construção do presépio é uma tradição que preenche os lares, praças e igrejas, existem outras com pequenas variantes consoante os povos e regiões que celebram o nascimento de Jesus.

A ceia natalícia – com ementas variadas conforme os locais – é uma tradição que convida à intimidade familiar.

A árvore de Natal com o seu verde, símbolo duma vida que não morre, a brilhar com enfeites luminosos apela à luz permanente que é Jesus.

O coração fica mais sensível nesta época e a troca de presentes é um símbolo de amizade que alegra crianças e crescidos; o toque dos sinos e os belos cânticos natalícios (dos populares aos mais eruditos) são uma forma de demonstrar a festa do nascimento.

A mais popular das canções de Natal, «Noite Feliz» foi criada pelo padre Joseph Franz Mohr e pelo professor Franz Xavier Grueber: a letra veio da inspiração do padre numa noite estrelada, quando imaginava como teria sido a noite em que nasceu Jesus.

Escreveu a letra em forma de poema, uniu a melodia presenteada pelo compositor Grueber e utilizou-a na Missa do Galo de 1818.

A festa do Natal, que os cristãos celebram a 25 de dezembro, assumiu uma forma definida no séc. IV, quando tomou o lugar da festa romana do ‘Sol invencível’.

LFS/OC

Natal: «O presépio é um dos símbolos mais poderosos da infância mediterrânica» – Alexandre Nobre Pais (c/vídeo)


 

 

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Agência ECCLESIA

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