Lisboa, 15 dez 2016 (Ecclesia) – As Comissões Justiça e Paz da Europa denunciaram em comunicado que se vive num mundo “pleno de inquietações”, em áreas como a política, a economia e a cultura, no qual os Direitos Humanos são instrumentos contra o “populismo”.
“Cada vez mais pessoas se sentem inseguras e estão convencidas de que as suas preocupações não são levadas a sério. Aceitar transgressões de agentes públicos faz correr o risco de abrir a porta à intolerância e, até, aos crimes de ódio”, escreve o Conselho Executivo de Justiça e Paz Europa, presidido pelo arcebispo do Luxemburgo D. Jean Claude Hollerich.
Na mensagem enviada hoje à Agência ECCLESIA, no contexto do Dia Internacional dos Direitos Humanos, a rede europeia de 31 Comissões Justiça e Paz nacionais afirma que a “inquietação provoca medos”, por isso, estes devem ser considerados “seriamente” e as pessoas escutadas com “atenção”.
“O medo reforça a tendência para o populismo, o racismo e a intolerância. É importante analisar e compreender as razões destes medos”, sublinha o documento.
A Conferência das Comissões Justiça e Paz Europeias destaca que os Direitos Humanos deveriam ser defendidos com “maior vigor” para que o compromisso “se reflita em todas as ações”, e esteja presente em “todas as esferas da sociedade”.
Para a rede europeia Justiça e Paz, a declaração proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas a 10 de dezembro 1948 devia ser “parte integrante da educação”, desde a infância até à Universidade e à formação profissional.
“Os Direitos Humanos não são dados e garantidos para sempre, devemos lutar todos os dias. Este é o nosso dever. O atual clima de medo exige que levamos mais longe os nossos compromissos”, alerta o comunicado que sublinha o empenho da rede nesse “respeito e promoção”.
“O nosso método é o da transformação não violenta dos conflitos”, escreve ainda o Conselho Executivo de Justiça e Paz Europa, que reitera a “força da fé cristã comum”.
CB/OC