Algarve: Diocese recorda vida e obra de D. Francisco Gomes do Avelar

Faro, 21 jul 2016 (Ecclesia) – A Diocese do Algarve assinalou os 75 anos da última dedicação da Catedral, que o bispo apontou com “um dia significativo”, numa celebração “enriquecida” pelo destaque dado ao 200-º aniversário da morte de D. Francisco Gomes do Avelar.

“D. Francisco Gomes do Avelar foi um bispo de referência que se distinguiu a tantos níveis entre os bispos desta diocese. Essa ocorrência permitiu-nos ao longo deste ano promover algumas iniciativas dando a conhecer a figura deste bispo com conferências, com concertos na Sé e com a exposição”, explicou D. Manuel Quintas à Agência ECCLESIA.

O prelado natural da Diocese de Lisboa e pertencia à Congregação dos Oratorianos, padres mestres dedicados ao ensino, como explica por sua vez o pároco de Nossa Senhora Assunção da Sé de Faro que fez uma visita guiada pela exposição dedicada à vida, ministério e obra de D. Francisco Gomes do Avelar, bispo do Algarve de 1789 até à sua morte, em 1816, e que foi inaugurada esta quarta-feira.

O cónego José Pedro Martins recorda que o então bispo do Algarve fez três visitas pastorais gerais e chegou à diocese numa altura de carência, quando o Algarve precisava de quem desse impulso à “construção ou reconstrução de muita coisa” como as igrejas.

A exposição mostra o resultado das várias igrejas que foram reconstruídas onde D. Francisco Gomes do Avelar teve a ajuda do jovem arquiteto Fabri, proveniente de Roma.

Nos séculos XVIII e XIX as pessoas viviam muito distantes umas das outras, com dificuldades de acesso e comunicação e o bispo do Algarve dinamizou também a construção de “caminhos, estradas”, impulsionou a edificação de várias pontes que “ele mesmo desenhava, era um homem muito completo”.

Segundo o cónego José Pedro Martins, o prelado promoveu iniciativas para o “desenvolvimento da agricultura” e escreve cartas pastorais nesse sentido, sobre “a maneira de tratar o figo, de conseguir que os zambujeiros pudessem ser transformados em olivais”, e que também integram a exposição.

D. Manuel Quintas destacou a que estão “a dar a conhecer melhor” um prelado que “continua a ser figura de relevo” afinal D. Francisco Gomes do Avelar foi inspirador para a Igreja local no seu tempo e para o papel que ainda deve ter hoje.

“O facto ter responsabilidade no então reino do Algarve permitiu, devido à sua capacidade empreendedora, promover algumas obras que ainda hoje são significativas”, acrescentou o prelado destacando que o seminário que “é a referência” mas também a reconstrução de “igrejas após o terramoto de 1755” e edificação de novas.

D. Manuel Quintas destacou a construção “muito significativa” da igreja de Aljezur num local “totalmente isolado”, na colina oposta à povoação pouco solarenga onde “havia várias doenças”, e que em compensação apanhava sol “todo o dia”.

O bispo do Algarve destaca ainda a “coragem” de D. Francisco Gomes do Avelar em “promover a construção do arco” da Vila de Faro, que é um “elo de ligação estreito” entre “Faro entre muros e a zona da marina e o jardim”, ou o agora desativado Hospital da Misericórdia, bem como dinamizador de cultura a “diversos níveis”.

“[D. Francisco Gomes do Avelar] é uma figura que seria pena se nós não lhe reservássemos um espaço na celebração deste segundo centenário da sua morte”, concluiu o bispo do Algarve sobre o prelado da “promoção pastoral, promoção humana e promoção do que é a vida da sociedade e vida cívica”.

PR/CB

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