Vaticano: Ignorar sofrimento dos outros é «ignorar Deus», adverte o Papa

Francisco dedica catequese à parábola do Bom Samaritano

Cidade do Vaticano, 27 abr 2016 (Ecclesia) – O Papa Francisco alertou hoje no Vaticano para a necessidade de responder ao “sofrimento” de cada pessoa, numa catequese que partiu da parábola evangélica do Bom Samaritano, símbolo da “misericórdia”.

“Nunca nos esqueçamos: perante o sofrimento de tanta gente consumida pela fome, pela violência e as injustiças, não podemos permanecer como espetadores. Ignorar o sofrimento do homem significa o quê? Significa ignorar Deus!”, advertiu, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.

A audiência geral deu seguimento ao ciclo de reflexões do Papa sobre a misericórdia, o centro do ano santo extraordinário que decorre até novembro.

“Se eu não me aproximar daquele homem, daquela mulher, daquela criança, daquele idoso ou idosa que sofre, eu não me aproximo de Deus”, declarou Francisco.

O Papa recordou que na parábola do Bom Samaritano não se fala apenas de uma personagem: Jesus apresenta ainda um sacerdote e um levita, duas figuras ligadas ao “culto” divino, que ignoram um homem moribundo, ferido por assaltantes.

“Aqui a parábola oferece-nos um primeiro ensinamento: não é automático que quem frequenta a cada de Deus e conheça a sua misericórdia saiba amar o próximo. Não é automático”, assinalou.

Francisco observou que é possível conhecer “toda a Bíblia” as rubricas litúrgicas e a teologia, sem que isso tenha consequências diretas no “amar”, porque o amor “tem outro caminho, é preciso inteligência, mas também algo mais”.

“O amor cristão é um amor comprometido que se torna concreto na vida. Nos gestos concretos de misericórdia do Bom Samaritano reconhecemos o modo de atuar de Deus”, precisou.

O Papa acrescentou que o “verdadeiro amor” não faz distinções entre pessoas, mas vê todos como um “próximo” que precisa de ajuda.

Francisco despediu-se depois com saudações aos peregrinos e visitantes de vários países reunidos na Praça de São Pedro, incluindo os de língua portuguesa.

“Queridos amigos, recordem que caminhamos juntos, ajudando-nos uns aos outros e, como o Bom Samaritano, devemos fazer da nossa vida um dom de amor para as pessoas que nos rodeiam. Que Deus vos abençoe a vós e a vossos entes queridos”, concluiu.

OC

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Agência ECCLESIA

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