Sociedade: Papa explica que «única resposta» aos «vales obscuros» é confiar em Deus

Cidade do Vaticano, 14 mar 2016 (Ecclesia) – O Papa Francisco recordou hoje diversos factos recentes que são “vales tenebrosos” na sociedade atual para assinalar que a “única resposta é confiar em Deus”, na Eucaristia matinal.

“Quando nós, hoje, olhamos para os muitos vales obscuros, tantas desgraças, tanta gente que morre de fome, de guerra, crianças com problemas, você pergunta aos pais: ‘Que doença tem?’; ‘Ninguém sabe: é uma doença rara’”, Quando vê isso tudo, pergunta: Onde está o Senhor? O Senhor caminha comigo?”, referiu Francisco.

Na Capela da Casa de Santa Marta, o Papa, que fez a reflexão a partir da liturgia de hoje, observou que esse era o sentimento de Susana, do Livro de Daniel (13, 41c-62), e apresentou diversos exemplos como uma pessoa sem-abrigo que morreu de frio, em Roma; as Missionárias da Caridade assassinadas no Iémen; as pessoas que adoecem, com “tumores”, na ‘Terra do fogo’, perto de Nápoles.

“Mas Senhor, onde está você?”. Como posso confiar no Senhor se vejo essas coisas? E quando as coisas acontecem comigo, cada um de nós pode dizer: Mas como entrego-me ao Senhor?”, questionou ainda.

Francisco explicou que para “esta pergunta há uma resposta” que “não se pode explicar” e, apenas, Jesus no Jardim de Getsemani, onde entrega-se à vontade do Pai, “traz uma luz” não à mente mas “à alma”.

“Entregar-se a Deus, que caminha comigo, que caminha com o meu povo, que caminha com a Igreja. E, este é um ato de fé. Eu entrego-me, não sei porque isso acontece mas confio”, desenvolveu, sobre “o ensinamento de Jesus”.

Neste contexto, comentou que ainda que se caminho por um “vale tenebroso, sabe-se que o mal é momentâneo” porque o Senhor não deixa que “exista o mal definitivo”.

“Senhor, ensina-me a entregar-me nas Tuas mãos, a confiar no Tua guia, mesmo nos maus momentos, nos momentos tenebrosos, no momento da morte”, acrescentou sobre uma graça que se deve pedir.

“Hoje far-nos-á bem pensar na nossa vida, nos problemas que temos e pedir a graça de nos entregarmos nas mãos de Deus. Pensar em tantas pessoas que não recebem um último carinho na hora de morrer”, sublinhou.

Francisco recordou a pessoa sem-abrigo que “morreu de frio, há três dias, em Roma”, uma cidade com “todas as possibilidades para ajudar”.

A Rádio Vaticano divulga que o Papa concluiu a homilia com uma oração: “Senhor, mesmo sem entender entrego-me nas Tuas mãos.”

CB

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Agência ECCLESIA

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