D. Virgílio Antunes desfiou ao «imperativo» do «bem maior da pessoa»
Coimbra, 03 mar 2016 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra presidiu à Missa na reabertura ao culto da capela da Universidade, esta terça-feira, na qual destacou que a ação humana tem de estar vinculada a um “imperativo”, o “bem maior da pessoa”.
“A nossa vocação de pessoas realiza-se sempre que, com humildade, nos alistamos entre aqueles que, consciente e livremente, percorrem os caminhos da sabedoria, trabalhando com a inteligência do coração ao serviço do bem maior de todos os homens. Essa é a maior glória de Deus”, disse D. Virgílio Antunes.
Na homilia enviada hoje à Agência ECCLESIA, o prelado explicou que “toda” a mensagem cristã é uma “afirmação da grandeza e da dignidade do homem”.
“São variados os caminhos de procura da verdade sobre o homem e sobre o mundo, e, no dia em que se pretender alcançá-la por uma só via perde-se uma perspetiva universal, limitam-se as possibilidades de a conhecer”, desenvolveu na Eucaristia.
Na Capela da Universidade de Coimbra, D. Virgílio Antunes assinalou que se existem lugares que simbolizam o “desejo humano” de aprofundar o conhecimento “pelo uso dos métodos científicos”, como a biblioteca, o laboratório, a sala de aulas, por sua vez, o local de culto simboliza a fé enquanto “lugar de abertura ao transcendente e caminho de aproximação ao sentido” daquilo que cada um é.
Para o prelado, o Dia da Universidade dá a oportunidade de “celebrar a gratidão pela sua história”, num serviço de excelência à humanidade.
Neste contexto, manifestou agradecimento às pessoas que os precederam e puseram as suas capacidades, trabalho e vontade ao “serviço da promoção da cultura” mas também estão agradecidos a Deus de quem procedem e que “não cessa” de os “criar capazes de penetrar nos mistérios da vida por meio do conhecimento”.
O bispo de Coimbra também refletiu sobre a Liturgia do dia e, a partir, do Livro do profeta Isaías alertou que quando “se pisam os direitos dos outros, não se respeita o bem comum”.
“Perde-se o sentido ético nas intenções, nas relações e nas ações, produzem-se Sodomas e Gomorras, ou seja, sociedades alicerçadas em sistemas que escravizam e matam”, observou.
“É uma questão de conversão pessoal e de conversão das estruturas que construímos, que dará origem a um novo modo de estar nesta grande e bela casa que nos foi dada”, acrescentou D. Virgílio Antunes para quem “é sempre possível mudar de rumo” e começar caminhos novos.
CB/OC