COP21: Católicos incentivados a participar na «Marcha Global pelo Clima»

Cardeal Peter Turkson considera iniciativa como «exercício de cidadania ecológica mundial»

Lisboa, 28 nov 2015 (Ecclesia) – O presidente do Conselho Pontifício da Justiça e Paz (santa Sé) convidou à participação na ‘Marcha Global pelo Clima’, este domingo, no âmbito da Cimeira da ONU sobre Alterações Climáticas (COP21) de Paris.

“O papel dos cidadãos que de todas as proveniências auspiciam uma COP21 vitoriosa e responsável, é de conseguir uma repercussão direta nas grandes negociações e decisões”, escreve o cardeal Peter Turkson, numa mensagem enviada hoje à Agência ECCLESIA.

Segundo o responsável da Cúria Romana, cerca de “um milhão de homens, mulheres e crianças” vão participar na ‘Marcha Global pelo Clima’, num “verdadeiro exercício de ‘cidadania ecológica mundial’”, este domingo, em mais de três mil cidades, incluindo várias portuguesas.

O presidente do Conselho Pontifício da Justiça e Paz contextualiza que este apelo tem como objetivo que a mensagem da Encíclica ‘Laudato si’, do Papa Francisco bem como a “voz do povo”, seja ouvida pelos 50 mil representantes que se vão reunir na 21.ª Cimeira da ONU sobre Alterações Climáticas, a partir de segunda-feira.

No documento o Papa reforçou o lugar da ecologia na Doutrina Social da Igreja, a partir do princípio de que “tudo está ligado” (crises ambiental, económica, social e política).

“Seria triste e – atrevo-me a dizer – até catastrófico se os interesses privados prevalecessem sobre o bem comum e chegassem a manipular as informações para proteger os seus projetos”, disse o Papa esta quinta-feira, no escritório da ONU na capital do Quénia.

A COP21 conta com 25 mil delegados oficiais e 25 mil participantes, decorrendo até 11 de dezembro, em Paris.

A cimeira da ONU sobre o clima pretende conseguir um acordo mundial sobre metas vinculativas para limitar o aquecimento global a 2 graus e reduzir a emissão de gases com efeito de estufa para substituir o Protocolo de Quioto, um acordo internacional de 1997.

Estão a ser promovidas várias iniciativas pelas Igrejas Cristãs e mesmo de diálogo inter-religioso, como a ‘People’s Pilgrimage’, com caminhadas inter-religiosas nos cinco continentes, que hoje chegam à capital francesa, e do programa constam vigílias; encontros; festivais; orações e peregrinações.

Por exemplo, no dia 3 de dezembro realiza-se uma celebração ecuménica na Catedral Notre Dame, Paris, que vai ser presidida pelo arcebispo de Paris, cardeal André Vingt-Trois, o secretário-geral do Conselho Ecuménico das Igrejas, o pastor Olav Fykse Tveit, o patriarca ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), Bartolomeu I, onde também vai estar o prior da Comunidade de Taizé, o irmão Alois.

Uma oração com cânticos de Taizé vai ser animada na igreja de Santo Inácio, no dia 5 de dezembro, às 20h30, em colaboração também com o Conselho das Igrejas Cristãs de França e a Diocese de Paris.

Neste mesmo dia, há várias iniciativas agendadas para Montreuil com um “programa especialmente destinado a jovens”, informa a Comunidade de Taizé.

A Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE) também deixou uma mensagem aos participantes da COP21 pedindo que os acordos sejam mais do que “letra morta”.

CB/OC

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