América 2015: Papa sai em defesa das famílias, chave do «futuro» da humanidade

Francisco esteve mais de duas horas na festa do Encontro Mundial de Filadélfia

Filadélfia, Estados Unidos da América, 27 set 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje em Filadélfia que “vale a pena lutar pela família”, num discurso improvisado que encerrou a festa do Encontro Mundial que decorre na cidade norte-americana.

“Cuidemos da família, defendamos a família, porque aí se joga o nosso futuro”, advertiu, durante uma intervenção em que se mostrou emocionado.

Francisco foi recebido em euforia por milhares de pessoas no Benjamin Franklyn Parkway, para a festa do 8.º Encontro Mundial das Famílias (EMF) que incluiu momentos de reflexão, testemunhos e música, num espetáculo apresentado pelo ator e produtor Mark Wahlberg.

“Uma sociedade cresce forte, boa, bonita, cresce verdadeira se for edificada sobre a base da família”, declarou o Papa, que falou em espanhol e contou com a ajuda de um tradutor para se dirigir à multidão.

Francisco disse aos presentes que “a família tem um bilhete de identidade divino”, respondendo a um desígnio de Deus sobre a humanidade.

Pelo palco passaram aa banda norte-americana ‘The Fray’ – acompanhados por um coro em língua gestual -, Aretha Franklin, o cantor colombiano Juaes ou o comediante Jim Gaffigan ou o tenor Andrea Bocelli, entre outros.

O Papa ouviu uma filha de Santa Gianna Beretta Molla (1922-1962), que preferiu morrer a abortar sua quarta filha.

“A família foi o mais bonito que Deus fez: criou o homem e a mulher, entregou-lhes tudo, entregou-lhes o mundo”, disse, na sua reflexão, após mais de duas horas em palco, a ver e ouvir os vários intervenientes.

Segundo Francisco, “a família é uma fábrica de esperança, de esperança de vida e ressurreição”.

“Na família há dificuldades, mas elas superam-se com amor. O ódio não supera nenhuma dificuldade”, advertiu depois.

O Papa recordou conversas com trabalhadores do Vaticano que aparecem com “olheiras” depois de noites sem dormir, porque “os filhos dão trabalho”.

A vida, acrescentou, “tem os seus problemas” e cabe a cada um escolher o caminho do “amor” ou da “guerra”.

“Vale a pena a vida em família”, insistiu.

Francisco disse que uma vez foi questionado por uma criança sobre o que fazia Deus antes de criar o mundo, tendo confessado que foi uma pergunta “difícil”.

“Deus amava, porque Deus é amor”, respondeu, um amor que “tinha de sair de si próprio”

“Uma família é verdadeiramente família quando é capaz de abrir os braços e receber todo esse amor [de Deus]”, prosseguiu.

Francisco assinalou que o próprio Deus quis enviar o seu filho “a uma família”, não a um palácio ou uma empresa, “e pode fazê-lo porque essa família tinha um coração aberto”, capaz de amar.

“O amor é festa, o amor é gozo, o amor é avançar”, realçou.

A intervenção retomou uma das preocupações mais repetidas pelo Papa nestas questões, a atenção necessária para as novas gerações e os mais velhos.

“Um povo que não sabe tratar das crianças e dos avós é um povo sem futuro, porque não tem a força nem a memória que o faça avançar”, alertou.

O pontífice argentino observou, depois, que “às vezes, na família há inimizades”.

“Numa família, não se pode terminar o dia em guerra”, recomendou.

Este domingo, às 16h00 locais (21h00 em Lisboa), o Papa preside à Missa conclusiva do EMF 2015, de novo no Benjamin Franklin Parkway, naquele que é o último ato público da décima viagem ao estrangeiro deste pontificado, prevendo-se o maior banho de multidão desta visita apostólica.

OC

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