COP 21: Francisco apela a compromisso sobre Alterações Climáticas

Papa recebeu ministros do Ambiente da União Europeia

Cidade do Vaticano, 16 set 2015 (Ecclesia) – O Papa recebeu hoje no Vaticano os ministros do Ambiente da União Europeia, a quem pediu um compromisso sobre alterações climáticas baseado na “justiça”, “solidariedade” e “participação”.

Os responsáveis políticos estão em Roma para preparar a 21ª Conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas, a chamada COP 21, que vai decorrer em Paris de 30 de novembro a 11 de dezembro.

“O ambiente é um bem coletivo, património de toda a humanidade e responsabilidade de cada um de nós: uma responsabilidade que apenas pode ser transversal e exige uma colaboração eficaz no seio de toda a comunidade internacional”, defendeu o Papa.

A COP 21 pretende alcançar na capital francesa um acordo mundial sobre metas vinculativas de redução de emissões de gases com efeito de estufa para substituir o Protocolo de Quioto.

Francisco recordou que o ambiente assumiu, nos últimos anos, uma posição de destaque nos vários governos, aos quais pediu que tenham em consideração que os que mais sofrem com as mudanças climáticas são os mais pobres.

Nesse sentido, ligou a luta contra a degradação ambiental ao esforço de combate à pobreza.

“Trata-se, por exemplo, de desenvolvimento e transferência de tecnologias apropriadas, capazes de utilizar da melhor maneira os recursos humanos, naturais, socioeconómicos, grande parte deles acessíveis a nível local, para garantir uma sustentabilidade também a longo prazo”, explicou.

Além desta solidariedade, Francisco reforçou o princípio da justiça, falando numa “dívida ecológica” existente entre o Norte e o Sul.

“Os países ricos são chamados a contribuir, a resolver esta dívida dando um bom exemplo, limitando de forma importante o consumo de energia, provendo recursos aos países mais necessitados para que possam promover políticas e programas de desenvolvimento sustentável”, precisou.

No final da reflexão, o Papa recordou a importância da participação, do envolvimento de todas as partes em causa, principalmente “daquelas que frequentemente ficam à margem dos processos decisórios”.

“Trata-se, obviamente, de um grande desafio cultural, espiritual e educativo. Solidariedade, justiça e participação para o respeito pela nossa dignidade e para o respeito pela criação”, concluiu o Papa, ao garantir que o apoio da Santa Sé a estas causas.

OC

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