Taizé: Um lugar onde «a fé é vivida no osso», diz João Miguel Tavares

Jornalista e cronista recorda experiência de peregrinação que repetiu 15 anos depois

Lisboa, 20 ago 2015 (Ecclesia) – O jornalista e comentador João Miguel Tavares voltou à Comunidade Ecuménica de Taizé (França) este verão, onde esteve com a sua família, 15 anos depois, e relembrou a importância deste espaço no seu percurso pessoal.

“É um local onde a fé é vivida no osso, sem muita da ganga que no meu caso às vezes atrapalha muito. Onde o cristianismo está no seu estado mais cru e a meu ver essencial. Não andamos a discutir todas as divisões que ao longo da história acabaram por separar católicos de protestantes e ortodoxos mas todos centram-no no essencial da fé cristã: Amor, caridade, entrega aos outros, as virtudes teologais”, explicou João Miguel Tavares à Agência ECCLESIA.

Segundo o comentador do programa ‘Governo Sombra’, o seu primeiro contacto com Deus foi um “absoluto fascínio pela Palavra” e pela beleza que ela encerrava porque achou tudo tão “belo e bonito” que deveria haver ali “alguma verdade”.

“Nesse aspeto, Taizé foi absolutamente fundamental por aquele lado puro, cristalino e essencial de alguém chegar e dizer esquece tudo o resto, isto é o essencial da tudo fé”, recordou, sobre a Comunidade Ecuménica que hoje celebra 75 anos.

Para o cronista quando se é “confrontado” com o lado essencial da fé “é muito difícil” dizer que “não está de acordo” ou rejeitar que sejam esses os valores que se quer pôr em prática.

Na comunidade situada na região da Borgonha (França), desenvolve o entrevistado, sente-se uma “comunhão extraordinária” com o que está ao redor que “é profundamente tocante” onde existe uma experiência “estética e sensível” que depois marca de forma “muito, muito profunda”.

João Miguel Tavares é natural de Portalegre e foi a convite do professor de Educação Moral e Religiosa Católica, ainda na adolescência, que conheceu esta comunidade de monges, local que marcou muitos verões e passagens de ano com os encontros europeus de jovens, anualmente numa cidade diferente.

Atualmente, o jornalista que se define com um “católico ateu” continua a considerar “fundamental” o lado estético, mas acrescenta que a ética se tornou “muito importante” pela necessidade de educar os quatro filhos.

“Essa confrontação com os valores do cristianismo ganham em mim uma importância que nunca tiveram”, revelou, depois de ter estado em Taizé na última semana, passado 15 anos, com a sua família, a esposa e os filhos com idades entres os 3 e os 11 anos.

O também escritor destacou a dinâmica “completamente diferente” das orações que envolveu as crianças e onde se consegue passar “algum tipo de valores” que são importantes desde “contactar com outros miúdos e culturas” e “enorme” lição de simplicidade.

No próximo domingo, a partir das 11h20, a comunidade ecuménica de Taizé e o último encontro internacional de jovens em França vão ser tema em destaque no programa ‘70×7’ (RTP2).

JCP/CB/OC

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