Taizé: Jornal do Vaticano enaltece comunidade que mostrou «um caminho possível» para a «unidade dos cristãos»

« L’Osservatore Romano» evoca 75 anos do projeto fundado por Roger Schutz

Cidade do Vaticano, 20 ago 2015 (Ecclesia) – O editorial do jornal do Vaticano L’Osservatore Romano destaca hoje os 75 anos da comunidade ecuménica de Taizé.

O texto apresenta a comunidade como um projeto que mostrou “um caminho possível” para “a unidade dos cristãos”, e enaltece a visão do seu fundador, o irmão Roger Schutz.

Aos 25 anos, Roger Schutz (1915-2005) abandonou a Suíça para rumar até França, país natal da sua mãe, radicando-se na pequena aldeia de Taizé, situada a cerca de 360 quilómetros de Paris.

No meio de uma nação “invadida e dividida”, em plena II Guerra Mundial, este “jovem pastor protestante suíço” sentiu-se chamado a acolher os mais carenciados e a “procurar a reconciliação” entre as pessoas, a começar pelos cristãos.

Uma missão que, segundo o jornal do Vaticano, terá sido impulsionada pelo “exemplo da avó materna”, que já “enfrentara a tragédia da primeira guerra mundial” e que deixara no pequeno Roger “uma marca indelével”.

Nasceu assim a 20 de agosto de 1940, a comunidade de Taizé, que começou por acolher “perseguidos políticos, judeus e mais tarde prisioneiros alemães”.

Vinte anos depois, tendo já como centro de toda a vida comunitária a igreja da Reconciliação, “Taizé já era conhecida em toda a Europa como lugar para onde se ia a fim de se encontrar e rezar, juntamente com os irmãos religiosos que já ali tinham chegado, “inicialmente e por longos anos todos protestantes”.

Atualmente, a comunidade ecuménica de Taizé é constituída por cerca de 100 irmãos das várias igrejas cristãs, incluindo a católica.

Para todos, o irmão Roger “escreveu uma regra, inspirada na tradição beneditina e inaciana”.

Este ano, para além dos 75 anos de Taizé, assinalaram-se também os 100 anos do nascimento de Roger Schutz (12 maio de 1915) e os 10 anos da sua morte (16 de agosto de 2005).

O primeiro prior da comunidade foi assassinado durante uma celebração na igreja da Reconciliação, por uma mulher romena com perturbações mentais.

Na sua última carta, que não conseguiu acabar, Roger Schutz frisava a importância da comunidade ecuménica continuar hoje a ajudar a família humana a dar largas ao amor que Deus sente por todas as pessoas.

O jornal ‘L’Osservatore Romano’ sublinha que “os aniversários de Taizé coincidem com o cinquentenário da conclusão do Concílio Vaticano II”.

Um evento “no qual a comunidade ecuménica participou não só com a presença entre os observadores não-católicos, mas abrindo as portas do apartamento onde estavam hospedados”, em Roma, “a muitos padres conciliares”.

Um prenúncio do “caminho” ecuménico que já se queria percorrer, observa a publicação da Santa Sé

JCP

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