Protocolo assinado com o Governo visa melhorar a qualidade de uma oferta religiosa cada vez mais relevante para o país
Lisboa, 01 jun 2015 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana defendeu hoje em Lisboa a necessidade de uma Pastoral do Turismo com “rosto humano” e que contribua para o desenvolvimento integral das pessoas.
Em declarações aos jornalistas, no final da assinatura de um protocolo de colaboração entre a Obra Nacional da Pastoral do Turismo e o Turismo de Portugal, D. Jorge Ortiga destacou o papel que o “turismo de inspiração cristã” poderá desempenhar numa sociedade onde “as pessoas são marginalizadas, naquilo que o Papa chama de uma certa cultura de indiferença”.
“O turismo pode efetivamente dar um contributo a este rejuvenescer da sociedade moderna, que necessita tanto deste afeto, desta ternura, desta fraternidade, apesar das diferentes línguas e culturas”, apontou o arcebispo de Braga.
O protocolo de cooperação entre a Obra Nacional da Pastoral do Turismo e o Turismo de Portugal foi assinado durante uma cerimónia realizada na Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa, e tem como principal objetivo reforçar a qualidade da oferta turística religiosa no país, quer ao nível do acolhimento quer também no plano da informação prestada aos visitantes.
João Cotrim Figueiredo, presidente do Turismo de Portugal, realçou a importância estrutural para o país de um setor que atualmente “movimenta mais de 11 mil milhões de euros por ano” e a relevância da variante religiosa, “que não pode ser menosprezada e que tem um impacto económico decisivo e evidente”.
“Valorizar o turismo é também valorizar a viagem interior, esta descoberta interior e do outro”, apontou o representante do Governo.
Intitulado “Igrejas de Portas Abertas”, o projeto da Igreja Católica vai ser implementado com base em fundos comunitários provenientes do “Plano de Ação Turismo 2020”.
Assenta na formação de guias-intérpretes que possam acolher adequadamente os turistas nacionais e estrangeiros e divulgar um património religioso que “é vasto” mas que “muitas vezes está indisponível para visita”.
“Há um trabalho que é necessário fazer, sobretudo de dotar as nossas igrejas de guias e interpretes devidamente preparados”, admitiu o diretor da ONPT, padre Carlos Godinho, destacando depois a relevância deste programa para o combate ao desemprego.
As vagas vão ser abertas para “jovens licenciados desempregados” que assim poderão ter acesso a uma necessária “requalificação profissional”, referiu o sacerdote.
Segundo Varico Pereira, responsável por esta iniciativa da ONPT, “o turismo religioso em termos de quotas de mercado é um dos que mais tem crescido em Portugal”.
Quanto a este programa, ele conta com o apoio da Universidade Católica Portuguesa, no que respeita à “formação em sala”, e poderá também envolver o Instituto de Emprego e Formação Profissional, quanto à “formação em contexto laboral”.
A ONPT está atualmente a desenvolver esforços no sentido de trabalhar em conjunto com “as dioceses, os santuários e catedrais, porque serão estas estruturas que, numa segunda fase, irão acolher estes jovens”, concluiu.
No decorrer dessa sessão teve lugar também a apresentação conjunta com os CTT de uma coleção de selos sobre os Caminhos de Santiago.
JCP