Portugal: Serviço Jesuíta aos Refugiados e Câmara Municipal de Lisboa vão assinar protocolo de parceria

Organismo da Igreja Católica apela a mobilização social

Lisboa, 22 jun 2015 (Ecclesia) – O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) em Portugal vai assinar hoje um protocolo para a reinstalação de refugiados na cidade de Lisboa com a autarquia local.

A organização da Igreja Católica vai ser um dos beneficiários responsáveis pelo “acolhimento de populações refugiadas em Portugal”, assinala um comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

A assinatura é precedida por uma conferência na Sala do Arquivo dos Paços do Concelho a partir das 14h30.

O JRS incentiva a Igreja e a sociedade a “pressionar os governos” a acolher quem mais precisa.

“A integração e a hospitalidade não se resumem à abertura das fronteiras, mas sim à abertura das nossas comunidades. O último não resulta das decisões de alguns líderes, mas sim das nossas decisões pessoais. Para mudar os nossos países devemos começar nas nossas comunidades, e para mudar as nossas comunidades devemos começar por nós próprios”, afirma André Costa Jorge, diretor do JRS-Portugal.

O organismo católico alerta que refugiados de todo o mundo estão a ser “afastados e rejeitados” e, “muitas vezes”, quando não são literalmente expulsos são “rejeitados, maltratados ou presos”.

Neste contexto exemplificam com a realidade de países como a Austrália que está a afastar “refugiados desde Nauru ao Camboja”, na América Latina, os “colombianos estão a ser expulsos da Venezuela” e em África, o Quénia “ameaçou expulsar quase meio milhão de somalis” e as “milhares de pessoas” que morrem afogadas ao tentar atravessar o Mar Mediterrâneo “vindas do Médio Oriente e norte de África”.

“Enquanto os governos decidem aceitar ou rejeitar refugiados, apenas nós temos o poder de acolhê-los verdadeiramente. Temos de mudar a nossa perspetiva estática de olhar para os refugiados como ‘o outro’”, alerta o JRS.

O Serviço Jesuíta aos Refugiados destaca positivamente a ação dos “decisores políticos suecos” que mostraram que os líderes podem “encorajar” a mudança na perceção social mas assinalam que é preciso começar com as “próprias perceções individuais”.

“Não vamos afastar, vamos avançar nós próprios, os nossos vizinhos e as nossas comunidades no sentido de abrirmos portas. Assim, juntos, podemos criar valor, acolher, defender. Juntos podemos”, desenvolve a organização internacional da Igreja Católica sob a responsabilidade da Companhia de Jesus.

O JRS tem como missão “acompanhar, servir e defender” os refugiados, está presente em cerca de 50 países e foi fundado em 1980.

CB/OC

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