Sarajevo: Papa Francisco pede aos religiosos e sacerdotes uma «pastoral da esperança»

Sofrimento e privações marcaram comunidades cristãs que «resistiram com incansável espírito de serviço»

Sarajevo, 06 jun 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco pediu hoje aos sacerdotes, religiosos, religiosas e seminaristas na catedral de Sarajevo que trabalhem na “pastoral da esperança” cuidando da formação dos fiéis e fazendo crescer “comunidades abertas e em saída”.

“Para um sacerdote e para uma pessoa consagrada, hoje, aqui na Bósnia-Herzegovina, que significa servir o rebanho de Deus? Penso que significa implementar a pastoral da esperança”, traduziu o Papa no encontro que manteve esta tarde na catedral de Sarajevo com o clero e os religiosos da cidade.

O Papa pediu aos participantes no encontro para “cuidarem da formação dos católicos na fé” encorajando os “fiéis leigos a serem protagonistas da missão evangelizadora da Igreja”.

“Exorto-vos a fazer crescer comunidades católicas abertas e «em saída», capazes de recepção e de encontro e corajosas no testemunho evangélico”.

Francisco reconheceu que durante a guerra nos anos 90, as comunidades cristãs e as congregações passaram por “sofrimento e provações”.

“Apesar de viverem neste ambiente, não vos rendestes, mas resististes esforçando-vos por enfrentar as dificuldades pessoais, sociais e pastorais com incansável espírito de serviço”.

Numa realidade onde a Igreja católica está em minoria, onde os sentimentos de “trabalho infrutífero” podem acontecer o Papa apontou a fecundidade do serviço, assente na fé e na fraternidade entre os religiosos e sacerdotes.

“Encorajo-vos a perseverar com alegria no vosso serviço pastoral, cuja fecundidade provém da fé e da graça, mas também do testemunho duma vida humilde e desapegada dos interesses do mundo”.

O Papa pediu aos participantes no encontro para “não caírem na tentação” de criar uma “espécie de elite fechada em si mesma” mas para cuidarem do exemplo e do incentivo para chamarem outros ao serviço.

“Se quisermos ajudar os outros a tornarem-se santos, não nos devemos descuidar de nós mesmos, isto é, da nossa santificação”, sublinhou Francisco, apontando um caminho conjunto de itinerário pessoal e “caridade pastoral”.

Francisco apresentou ainda o exemplo de Peter Barbaric (1874-1897), um seminarista jesuíta, candidato à santidade.

“Recordamos o servo de Deus Petar Barbari?. Ele une a Herzegovina, onde nasceu, e a Bósnia, onde fez a sua Profissão, unindo também todo o clero quer diocesano quer religioso. Este jovem candidato ao sacerdócio, com a sua vida cheia de virtudes, seja de forte exemplo para todos”.

No encontro com os religiosos e o clero, o Papa teve oportunidade de ouvir o cardeal Pulji? e os testemunhos de um sacerdote e dois religiosos.

Na visita que realiza a Sarajevo Francisco tem-se deslocado pela cidade num papamóvel aberto e é saudado pela população com cânticos e gestos de acolhimento.

A viagem apostólica de um dia, designada pelo Papa Francisco de “diálogo e de paz”, prossegue esta tarde com um encontro ecuménico e interreligioso no Centro Internacional de Estudantes Franciscano.

LS

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