Vaticano: Mahmoud Abbas na canonização de primeiras santas palestinas dos tempos modernos

Celebração de domingo apresentada como sinal de esperança

Cidade do Vaticano, 15 mai 2015 (Ecclesia) – O presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, vai participar este domingo na cerimónia de canonização das primeiras santas palestinas dos tempos modernos, marcada para a Praça de São Pedro.

As religiosas Maria Alfonsina Ghattas, fundadora das Irmãs do Rosário, e Maria de Jesus Crucificado Baourdy, fundadora do Carmelo de Belém, vão ser proclamadas como santas pelo Papa Francisco durante a Missa a que vai presidir a partir das 10h00 (menos uma em Lisboa).

A cerimónia foi apresentada hoje em conferência de imprensa pelo padre Rifat Bader, diretor do Centro Católico de Estudos e Media de Amã (Jordânia), segundo o qual a presença do presidente Abbas demonstra que “este evento diz respeito a todos os palestinos, cristãos e muçulmanos”.

A canonização das duas santas árabes, que viveram sob o império otomano, vai ser acompanhada por uma delegação de 2124 pessoas da Palestina e da Jordânia, presidida pelo patriarca latino de Jerusalém, D. Fouad Twal.

A votação das causas relativas às beatas Maria de Jesus crucificado (1846-1878), um exemplo que convida a respeitar “diferenças” de raça ou de religião, e de Maria Alfonsina Danil Ghattas (Palestina, 1843-1927), particularmente empenhada na educação e da promoção da “mulher árabe”, realizou-se no segundo Consistório do Papa Francisco, a 14 de fevereiro deste ano.

As santas vão ser canonizadas juntamente com as religiosas Maria Cristina da Imaculada Conceição (Itália, 1856-1906) e Jeanne Émilie de Villeneuve (França, 1811-1854).

Durante esta Missa, vai ser proclamada uma oração em português pelos cristãos perseguidos: “Sustentai-os, ó Pai, na sua fadiga diária de defender o vosso nome e a sua fé e consolai-os com a vossa presença”.

A cerimónia inclui ainda uma oração em árabe pela paz e a justiça, recordando os pobres, os refugiados e os que sofrem: “Abre-lhes, ó Pai, novas perspetivas de vida, para que não se dobrem sob o peso do sofrimento e encontrem comunidades capazes de aliviar a sua dor”.

Segundo o sítio online do Patriarcado Latino de Jerusalém, o presidente da Palestina realçou a ação desta Igreja local ao “serviço da sociedade e do povo” em particular no âmbito da “educação, saúde e assistência”.

Abbas visita o Vaticano num momento em que a Palestina e Santa Sé se preparam para assinar um “acordo global”, concluído esta semana.

O patriarca Fouad Twal sustenta que estas canonizações são “um sinal de esperança para a Palestina, para toda a Terra Santa e para o Médio Oriente”, mostrando que “a santidade é sempre possível, mesmo numa região tão dilacerada”.

OC

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