Páscoa: Arcebispo de Braga critica catolicismo com «duas caras»

Fé sem «exemplo de vida» é «como fermento que perdeu vitalidade», frisou D. Jorge Ortiga

Braga, 06 abr 2015 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga defendeu que o tempo pascal só terá sentido se mobilizar os cristãos a deixarem “a sua marca” no meio da sociedade e das suas “variadíssimas chagas”.

Segundo D. Jorge Ortiga, as comunidades católicas são chamadas a “não ter medo” de “mergulhar nesses problemas” e, “tal como Cristo morreu e ressuscitou”, serem aí portadoras “de um mundo novo e diferente”.

Um “Povo de Páscoa”, homens e mulheres “de Ressurreição”, qual “fermento de leveda” e “dá um sabor novo à massa”, apontou o prelado na homilia do Domingo de Páscoa.

D. Jorge Ortiga elegeu “particularmente” como prioridade a “reconversão das relações humanas”, hoje caraterizadas pela “indiferença” e pelo “interesse pessoal”, e outras áreas que carecem da intervenção dos cristãos, como “a política, a economia, a cultura e a família”.

Ser este “fermento” que dá um novo sentido à “massa” do mundo significa que os cristãos têm também de deixar para trás “o Homem Velho”, ou seja, o “apego a tantas realidades que não têm nome cristão e em tantas vezes nem sequer são humanas”.

Implica anunciar a Páscoa e a Ressurreição de Cristo “não através do Compasso” ou dos “foguetes”, mas por intermédio “do exemplo de vida”; ser sinal de um “humanismo com as marcas de Cristo”, caso contrário “o testemunho dado não convencerá, como fermento que perdeu vitalidade”.

No entanto, “nós próprios caímos num dualismo, num dualismo de quem tem duas verdades, de quem parece ter duas caras, de alguém dentro da Igreja Católica e de alguém que está noutros mundos e lugares”, alertou D. Jorge Ortiga.

Só assim a Páscoa deixará de ser apenas “um dia que passa, mais ou menos alegre”, mas sim um acontecimento “identificativo” e que é “identidade” de todos os cristãos, de um “povo de Deus em caminho”.

“Não um povo qualquer, mas um povo de Páscoa que luta para que o bem-comum da fraternidade e da amizade esteja presente na História que cada um de nós quer ajudar a construir”, concluiu.

JCP

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