Presidente da irmandade sublinha importância do local de culto, com 400 anos
Braga, 19 mar 2015 (Ecclesia) – O Santuário de São Bento da Porta Aberta vai receber este sábado o título de basílica menor, um reconhecimento da Igreja Católica pela “afluência de peregrinos” ao local de culto de Rio Caldo, Terras de Bouro.
“Ao assinalarmos 400 anos, a Igreja confirma que este não é um santuário qualquer mas honra-o com a dignidade de uma basílica. Foi o povo que impôs esta devoção, sobretudo pela afluência de fiéis”, explicou hoje à Agência ECCLESIA o presidente da mesa administrativa da Irmandade de São Bento da Porta Aberta.
O título de basílica é concedido pela Santa Sé a certas igrejas pela sua antiguidade ou por serem centros de peregrinações.
Peregrinos que, segundo o padre Fernando Monteiro, para além da devoção ao patrono da Europa, também caminham com sol, chuva e vento “desejosos” do que São Bento “deu ao longo da história à Igreja e ao próprio mundo”.
O sacerdote contabiliza “milhões de peregrinos” que ao longo do ano deslocam-se ao santuário a pé, de bicicleta, de autocarro “não” só nas grandes festividades, com “motivações estreitamente religioso” mas também atraídos pela “beleza” do Parque Natural Peneda-Gerês.
“É precisamente a fraternidade que queremos construir. Ao longo destes anos, muitas pessoas não crentes, atraídas pela beleza do Gerês, um lugar paradisíaco, não ficaram indiferentes e através da natureza chegaram ao criador”, observou o sacerdote.
Neste contexto, o presidente da mesa administrativa da Irmandade de São Bento da Porta Aberta assinala que em Rio Caldo, Terras de Bouro, estão situados dois santuários, o edificado e religioso onde “se venera São Bento, pai da Europa”, e o santuário natural.
Segundo a página oficial do Santuário, o culto a São Bento, em Rio Caldo, deve a sua origem à influência dos monges de Santa Maria de Bouro, remontando ao século XVII.
O atual Santuário foi reconstruído no século XIX, tendo sido inaugurado um novo espaço de culto, junto ao templo primitivo, em 2002.
O responsável revela que a Irmandade de São Bento da Porta Aberta se sente “muito honrada” e “comprometida” pela celebração deste acontecimento.
“Hoje somos apenas uns meros instrumentos de que Deus se serve para fazer esta transmissão da devoção a São Bento. Que seja o corolário de um novo empenhamento de evangelização na diocese e em Portugal”, observou.
No âmbito das comemorações dos 400 anos da fundação do santuário (1615), celebrados ao longo de 2015, vai realizar-se em julho um congresso, que dá continuidade ao de 2014, e uma “grande romaria”, de 12 e 13 de agosto.
A Irmandade de São Bento da Porta Aberta também preparou um documentário que “mostra a realidade” de “caráter sociológica mas também religiosa” do santuário.
A palavra basílica, com origem nos termos gregos ‘basileus’ (rei) e ‘basilikos’ (real), era utilizada na Roma antiga para designar grandes edifícios de reunião.
Há “basílicas maiores” e “basílicas menores”, de que são exemplo, em Portugal, a dos Mártires, em Lisboa; a Real, de Castro Verde; as de Nossa Senhora do Rosário e da Santíssima Trindade de Fátima; e a mais recente, a do Santo Cristo do Outeiro, na Diocese de Bragança-Miranda.
CB/OC