Igreja: Fundação Fé e Cooperação assinala 25 anos ao serviço do desenvolvimento e capacitação em países lusófonos

Organização ligada à Conferência Episcopal Portuguesa ajuda a ver «mais longe»

Lisboa, 17 mar 2015 (Ecclesia) – A Fundação Fé e Cooperação (FEC) comemora, ao longo de 2015, 25 anos de atividades marcadas pela promoção humana e pelo desenvolvimento solidário das populações mais carenciadas, nomeadamente nos países lusófonos.

“É um ano que nos faz pensar no futuro e preparar os próximos 25 anos. Estamos a celebrar a Quaresma com as dioceses portuguesas mas ao longo do ano vamos ter oportunidade de celebrar com quem está mais próximo da FEC”, explica a diretora executiva da fundação católica.

À Agência ECCLESIA, Susana Réfega revela este aniversário é um momento de “reflexão e avaliação” das questões da cooperação para o desenvolvimento, do trabalho nos outros países e do “papel da Igreja nesta área”.

A Fundação Fé e Cooperação nasceu no âmbito das celebrações dos cinco séculos de evangelização e encontro de culturas, da “vontade” da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e dos institutos religiosos”, em 1990.

Depois foi pedido que se constituísse uma “pequena equipa” que pudesse continuar este encontro e apoiar projetos concretos em áreas que promovessem a dignidade humana, uma evolução caracteriza-se por “pequenos passos seguros”, comenta a responsável.

Com ação por exemplo na Guiné-Bissau, em Angola e Moçambique, a FEC trabalha pela capacitação das populações em áreas como a educação, saúde, alimentação.

Susana Réfega considera que mesmo em contexto de crise económica nacional é preciso “treinar e exercitar” o olhar para ir “mais longe” do que a realidade de proximidade”.

“Hoje as distâncias são relativas e a crise não nos deve fechar àqueles que são irmãos e atravessam dificuldades muito mais graves, porque não há estado social, rede de apoio e as vulnerabilidade e fragilidades são sentidas de forma muito aguda”, desenvolve a diretora executiva da FEC.

Em Portugal, os responsáveis da organização desafiaram as dioceses e respetivas comunidades cristãs a dedicarem a renúncia quaresmal aos 25 Centros de Recuperação Nutricional na Guiné Bissau, geridos pela Cáritas, e propuseram também um itinerário de oração específico para este tempo litúrgico.

“A nossa ação social é fora de Portugal mas achamos muito importante trazer estas periferias para a nossa vida, realidades distantes da nossa perceção e aproximar os dois países lusófonos”, comenta a coordenadora dos programas em Portugal.

Segundo Ana Patrícia Fonseca, a fundação procura ter um trabalho de “influência politica” e de advocacia social” para promover “alterações estruturais” e influenciar a opinião pública, a fim de que esta conheça “questões de justiça social, de desenvolvimento global”.

A responsável destaca ainda o trabalho de coordenação com uma rede de organizações de voluntariado missionário, desde o final dos anos 90, e o programa específico ‘Move-te pela mudança’, com professores de Educação Moral e Religiosa Católica.

Já a diretora executiva da FEC define como objetivo futuro serem mais conhecidos nas “comunidades e paróquias”, aproveitando para alertar que o comportamento e estilos de consumo de cada pessoa “tem impacto” no planeta, questões que estão “amplamente ancoradas na fé”.

Sobre o trabalho realizado noutros países, Susana Réfega adianta que se está a definir “o próximo plano estratégico” continuando a ser a Guiné-Bissau “um dos países importantes” para além de Angola e Moçambique, por exemplo, onde a aposta é na educação porque “pessoas educadas têm um grande potencial”.

HM/CB

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