Paulo Rangel, Ramalho Eanes, Manuel Lemos e Anselmo Borges comentam transformações na sociedade e Igreja
Porto, 11 mar 2015 (Ecclesia) – Os primeiros dois anos do pontificado do Papa Francisco, que se completam esta sexta-feira, têm sido marcados por uma dinâmica de transformação da Igreja e da sociedade, a partir de uma mensagem de amor pelos mais necessitados.
“O Papa Francisco abriu por um lado uma janela de esperança para todo um mundo que estava eurocentrado, em que os problemas estavam muito centrados ainda na civilização puramente ocidental e europeia”, analisa o eurodeputado Paulo Rangel.
À Agência ECCLESIA, o político destaca a conceção de Francisco para a própria Igreja como um hospital de campanha junto das “pessoas que sofrem”, uma espécie de “atendimento de urgência”.
“Penso que calou muito fundo em muita gente que precisava de uma certa renovação”, observa.
Paulo Rangel revela ainda que sempre viu na renúncia do Papa emérito Bento XVI uma “inspiração” que provocou este “movimento”, avaliando o atual pontificado em “função desse ato de sabedoria e generosidade”.
Já para o antigo presidente da República Portuguesa, o general Ramalho Eanes, Francisco tem sido o “Papa do amor”.
“Ele tem demonstrado ao longo do seu magistério que sabe que é essa a sua grande missão, ser para os homens o homem da compreensão, da bondade, da solidariedade, em suma do amor”, desenvolve.
Por sua vez, o presidente da União de Misericórdias, que esteve no Vaticano durante o mais recente consistório, em fevereiro, “a 20 metros do Papa”, destaca a forma “moderna e clara” como Francisco encara o “papel dos católicos no mundo”.
“Penso e tenho a certeza que também nas Misericórdias nos revemos muito no Papa Francisco”, acrescentou Manuel Lemos.
Para o padre Anselmo Borges, o Papa é também uma bênção não apenas para a Igreja Católica mas para as Igrejas Cristãs, para os crentes e para quem” não acredita em Deus” sendo hoje a “figura mais popular do mundo” porque é “um cristão”.
“Um católico ser cristão, um padre ser cristão, um bispo ser cristão já é uma coisa notável então quando aparece um Papa que é cristão que pratica o Evangelho é verdadeiramente extraordinário”, desenvolveu.
Segundo o teólogo, “Francisco pratica realmente o Evangelho” e as pessoas sentem que “ele gosta delas” na mesma linha de Jesus, que se fez próximo, e de São Francisco de Assis como “grande renovador” da Igreja.
À Agência ECCLESIA, o sacerdote comenta como Francisco fez “coisas verdadeiramente fundamentais” no mesmo sentido do Papa emérito Bento XVI, como a “tolerância zero” para a pedofilia ou a “transparência no dinheiro” do Vaticano.
A renovação “profunda e duradoura” na Cúria Romana; o diálogo intercristão e inter-religioso, “sobretudo com o Islão”, uma Igreja “aberta aos mais pobres” mas também “mais aberta, acolhedora e hospitaleira” no domínio da família e da sexualidade, são outros fatores que o padre Anselmo Borges destaca de dois anos de pontificado do Papa argentino.
O Semanário digital ECCLESIA desta quinta-feira e o programa ‘70×7’ deste domingo, na RTP2 (11h30) vão ser dedicados ao segundo aniversário da eleição do Papa Francisco.
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