Lisboa: Iniciativas solidárias promovidas no Palácio de Belém ajudaram a «Residência dos Velhinhos»

Instituição da congregação das Irmãzinhas dos Pobres acolhe 99 idosos

Lisboa, 13 fev 2015 (Ecclesia) – A primeira-dama portuguesa visitou esta quinta-feira em Lisboa a “Residência dos Velhinhos”, da congregação das Irmãzinhas dos Pobres, para entregar um donativo de 2508 euros referente a duas iniciativas solidárias promovidas no Palácio de Belém.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, Maria Cavaco Silva destacou o serviço “notável” que as religiosas prestam aos mais idosos, considerando-as um exemplo para o país.

 “Elas têm uma preocupação enorme com a dignidade destas pessoas, e isso é uma coisa que infelizmente a sociedade vai esquecendo, apesar de ter cada vez mais idosos”, frisou.

A mulher do presidente da República enalteceu depois o papel das instituições da Igreja Católica “que trabalham com os que menos têm” e onde “todo o cêntimo é bem aproveitado”.

“Talvez as pessoas não deem suficientemente valor ao papel da Igreja, ela é uma almofada que tem evitado que muitas pessoas caiam definitivamente na miséria total, na desgraça”, apontou.

Fundada em França no ano de 1839, por Santa Joana Jugan, a ordem das Irmãzinhas dos Pobres tem como missão ajudar “quem sofre por causa da idade, da pobreza, da solidão e outras dificuldades”, e está espalhada um pouco por todo o mundo.

Em Portugal conta com duas casas, uma em Campolide – Lisboa, e outra no Porto, que funcionam sem qualquer tipo de apoio do Estado, já que o carisma da congregação assim o determina.

Os custos relacionados com o serviço aos idosos, desde o alojamento à alimentação, passando pelo vestuário e cuidados médicos, são comportados em parte pelas pensões dos utentes e o resto através dos donativos que as irmãs vão conseguindo angariar.

“Todos os gestos de partilha são bem-vindos porque são idosos com pensões muito pequenas e se não for esta ajuda que nos chega através de muitos meios não seria possível fazermos frente às despesas”, frisou a irmã Natália de Jesus, superiora da casa das Irmãzinhas dos Pobres em Lisboa.

A “Residência dos Velhinhos” acolhe atualmente 99 idosos, mas “a lista de espera é ainda maior”.

“Chegam-nos pedidos de todos os lados, das famílias, das pessoas amigas, de vizinhos, e vamos acolhendo segundo as possibilidades e as vagas. Alguns têm filhos mas eles não têm possibilidades de os acolher, de os ter, e também nos chegam muitos idosos não têm ninguém, e casais também”, explicou a religiosa.

Mais do que comida, roupa ou medicamentos, a grande necessidade da obra neste momento é de “camas ortopédicas”, para os utentes que têm maior dificuldade de movimentos.

Quanto à congregação em si, o maior desafio é a falta de vocações, que tem levado ao fecho de diversas obras, a última das quais em Espanha.

Na “Residência dos Velhinhos”, apenas oito religiosas (de um total de 13) estão ainda ativas no trabalho junto dos utentes.

A irmã Natália de Jesus alerta que, se não houver uma renovação de meios humanos, o cerrar de portas será inevitável.

“Se tivéssemos mais vocações, outras casas se abririam e encheriam de idosos, mas hoje as pessoas temem um compromisso mais permanente”, salientou.

JCP

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