Serviço Pastoral à Pessoa com Deficiência comenta mensagem para Dia Mundial das Comunicações Sociais 2015
Lisboa, 23 jan 2015 (Ecclesia) – O Serviço Pastoral à Pessoa com Deficiência (SPPD) considera que o Papa Francisco, na mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, “valoriza” a pessoa com deficiência numa sociedade que “mede as pessoas pela sua utilidade”.
“Penso que uma das maiores dificuldades que sentem as pessoas com deficiência é na comunicação e acolhimento, quem os ouve, quem os recebe, quem abre os abraços, quem tem a capacidade de ir ao encontro e a maioria de nós tem dificuldades neste encontro”, explica Isabel Vale à Agência ECCLESIA.
Para a responsável do SPPD, a mensagem valoriza as pessoas com deficiência numa sociedade que “mede as pessoas pela sua utilidade”.
“Muito têm para nos ensinar, a propósito de limitações e comunicação, as famílias com filhos marcados por uma ou mais deficiências”, escreveu Francisco na mensagem ‘Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor’.
Segundo Isabel Vale, o Papa é capaz de “mostrar” que da relação que se constrói com pessoas com deficiência desenvolvem-se “capacidades” e todos têm de abrir-se e aceitar o “outro como ele é e também aquilo que pode dar”.
Francisco especifica que a deficiência motora, sensorial ou intelectual “sempre constitui uma tentação” às famílias fecharem-se mas alerta que “pode tornar-se, graças ao amor dos pais, dos irmãos e doutras pessoas amigas, um estímulo para se abrir, compartilhar, comunicar de modo inclusivo”.
“Pode ajudar a escola, a paróquia, as associações a tornarem-se mais acolhedoras para com todos, a não excluírem ninguém”, exemplificou o Papa no documento publicado na véspera da festa litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas (24 de janeiro).
“Diz que as pessoas com deficiência têm muito para ensinar e vai ao pormenor. Este sentido do concreto que o Papa tem para apontar o caminho é extremamente bonito”, observa Isabel Vale.
Neste contexto, o Serviço Pastoral à Pessoa com Deficiência considera que as comunidades cristãs “precisam” de saber que as pessoas com deficiência podem “enriquecê-las”, podem “aprender”, “ser mais pessoas e crescer em amor, relação e partilha” com o que eles podem ensinar.
O SPPD também explica que as comunidades mais pequenas “vivem da proximidade” e esta relação acontece mas em ambientes mais citadinos e populosos, com “comunidades mais flutuantes” torna-se “mais difícil” esta abertura da Igreja.
Da experiência e conhecimento que têm das 20 dioceses destaca o trabalho e serviço com “programas de intervenção” que têm desenvolvido, como Bragança-Miranda; Algarve ou Vila Real, e consideram necessárias as “recomendações” do Papa na mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais.
“É preciso preocupação pastoral de um caminho que se vai fazendo sempre de abertura que não estavam a ser feitos”, revela a interlocutora.
A responsável do serviço da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana revelou ainda estar “muito contente” e “sensibilizada” pelo Papa ter feito referência às pessoas com deficiências no âmbito da comunicação.
“Não só nas palavras que escreve mas nas suas ações o Papa é muito pedagógico neste interesse e olhar de carinho que mostra para com todas as pessoas tendo alguma predileção para as pessoas com deficiência”, desenvolveu Isabel Vale.
O Dia Mundial das Comunicações Sociais, única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II (decreto ‘Inter Mirifica’, 1963), é celebrado no domingo que antecede o Pentecostes (17 de maio, em 2015).
CB/OC
