Cidade do Vaticano, 23 jan 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco explicou, na Capela da Casa de Santa Marta, que a confissão é um “encontro” com Deus que “perdoa, abraça e faz a festa”, ao contrário das pessoas que se cansam de “pedir perdão”.
“Deus perdoa sempre! Não se cansa de perdoar, somos nós que nos cansamos de pedir perdão”, assinalou o Papa para quem o “trabalho” de Deus é reconciliar.
Na Eucaristia, Francisco comentou a primeira leitura sobre a carta de São Paulo aos Hebreus (8, 6-13) e explicou que o “Deus que reconcilia” estabelece uma “nova aliança” com o seu povo através de Jesus para restabelecer um novo pacto fundamentado no perdão.
“Ele não se cansa de perdoar”, frisou o Papa que deu como exemplo a pergunta de São Pedro a Jesus sobre quantas vezes devia perdoar: “Não sete vezes, setenta vezes sete”.
“Deus perdoa assim, sempre. Aquele que viveu uma vida de muitos pecados e, no final, arrependido, pede perdão, Deus perdoa imediatamente”, desenvolveu na Missa a que presidiu na Capela da Casa de Santa Marta.
Neste contexto, Francisco também se dirigiu aos sacerdotes e sugeriu um exame de consciência dentro do confessionário – “se estão dispostos a perdoar tudo” – dizendo-lhes que a confissão “mais do que um juízo é um encontro”.
“Muitas vezes, as confissões parecem um procedimento, uma formalidade: ‘Po, po, po, po, po… Po, po, po… Tudo mecânico”, exemplificou, segundo a Rádio Vaticano, alertando que desta forma não existe o encontro com Deus.
Na homilia, o Papa também recordou as crianças e os jovens e pediu que sejam ensinados a confessarem-se: “Porque não é ir a uma lavandaria para retirar uma mancha. É ir ao encontro do Pai”.
Francisco frisou ainda que basta a pessoa “arrepender-se e pedir perdão” para ser perdoado porque “não se deve pagar nada”, mesmo que considere ter muitos pecados.
Para o Papa quem pede perdão deve também escutar Deus, deixá-Lo “falar”: “Quando você começa a pedir perdão e Ele faz sentir aquela alegria do perdão antes que você termine de contar tudo”.
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