Leigos: Testemunhar Jesus e a fé na família, na sociedade e na dança

Isabel Roquette fala da inspiração que a espiritualidade traz à sua vida

Cascais, Lisboa 22 jan 2015 (Ecclesia) – Isabel Roquette, professora de dança, considera que é possível ser um leigo católico comprometido que vive, partilha e testemunha a fé em todos os seus contextos – familiar, profissional e social.

“[Leigo comprometido é] Uma pessoa que tem uma vida normal enquanto profissional, mãe, mulher, amiga mas que transporta para a sua vida algo que acredita, no meu caso Jesus, a Igreja, e tento que isso me acompanhe, guie em todo o caminho que vou percorrendo”, revela à Agência ECCLESIA.

Isabel Roquette sempre teve uma educação católica e destaca o papel e ação da mãe que nunca impôs a religião mas “sempre” deu um “ótimo e verdadeiro testemunho” de fé no trabalho e em casa, o que foi “muito bom e positivo” para o seu desenvolvimento e dos irmãos.

Agora é a professora de dança e o marido que dão testemunho da fé aos três filhos – um de 10 anos e gémeos com dois anos – que “vivem o dia-a-dia sempre com uma presença espiritual”.

“Rezamos antes das refeições e à noite, mas depois temos uma vivência em que preciso de me isolar, encontrar inspiração, criatividade e é uma coisa naturalíssima o meu filho de 10 anos entrar na sala e estarmos de olhos fechados à janela”, desenvolve Isabel Roquette.

Pouco depois de ter casado, há 13 anos, o casal foi convidado a pertencer a uma Equipa de Nossa Senhora, um movimento de casais cujas reuniões contam com a participação de um sacerdote, e assinala que este grupo “vai ser sempre uma mais-valia”.

“É muito bom para o crescimento em casal, uma vez por mês focamo-nos em assuntos que às vezes não temos tempo no dia-a-dia e ali é possível discutirmos e pensarmos sobre eles”, acrescenta.

Isabel Roquette começou a fazer ballet aos cinco anos, agora tem a sua escola de dança e assume a sua fé não só na parte criativa, artística, onde vai “sempre buscar inspiração” à sua espiritualidade, mas também no trabalho com as crianças porque “é impossível não mostrar” aquilo em que acredita e sente quando estas fazem perguntas sobre “crescimento e a vida”.

“Nos espetáculos pretendo sempre que tenham uma mensagem de bem, amor e tento que esses valores sejam trabalhados”, desenvolve a professora, que escolheria uma “aula de expressão corporal” se tivesse de preparar uma aula de dança sobre a sua experiência de fé.

Para Isabel Roquette, não é difícil ser uma leiga comprometida e assumida na sociedade, para além do ambiente trabalho e família, onde “muitas vezes” sente que é “uma minoria” e que existe uma “carga negativa” em relação à Igreja.

A interlocutora também dá o seu testemunho de católica comprometida e de fé nas aulas de ioga, que pratica há 20 anos, onde às vezes está em “missão de cruzada”.

“Às vezes sinto que tenho de falar, dizer calma, que Jesus disse exatamente o mesmo que buda em relação ao amor, sofrimento, crescimento”, comenta.

A professora de dança, que às vezes tem de “desmistificar muitos assuntos” sobre a Igreja e sobre os padres, considera o Papa Francisco uma ajuda: “De facto, tem uma visão com uma abertura muito grande ao mundo”.

A Igreja Católica promove este sábado o II Encontro Nacional de Leigos, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, sobre o tema “Recolocar o Homem no centro da sociedade, do pensamento e da vida”.

Fabrice Hadjadj, filósofo e dramaturgo francês, vai ter a cargo a conferência principal do encontro, subordinada ao tema “Recolocar o Homem no Centro – Desafio Antropológico”.

SN/CB/OC

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top