Programa intensivo do Encontro Europeu de Jovens terminou hoje
Praga, 02 jan 2015 (Ecclesia) – O prior da Comunidade Ecuménica de Taizé, na primeira reflexão de 2015 esta quinta-feira, no Encontro Europeu de Jovens na República Checa, refletiu sobre a unidade dos cristãos e apresentou seis sugestões para que este caminho seja percorrido.
“Confiemos no Espírito Santo para que ele nos leve por um caminho que não conhecemos. A sua inspiração prepara-nos para que nos tornemos autênticas testemunhas de comunhão”, disse o irmão Alois em Praga.
Neste contexto, a primeira sugestão do prior da Comunidade Ecuménica de Taizé é a realização de reuniões “sob o mesmo teto”, nas comunidade locais, com famílias e vizinhos a rezarem, a entreajudarem-se e a ganharem “mais familiaridade”.
Depois, entre comunidades com confissões diferentes, onde já existe colaboração no estudo da Bíblia, no trabalho social e pastoral e na catequese, o monge sugere que a colaboração seja “intensificada”: “Que cada comunidade faça tudo o que é possível fazer juntos e não faça mais nada sem ter em conta os outros”.
Com o exemplo deste encontro europeu e da reunião desta quinta-feira na catedral, o irmão Alois sugere que esta realidade seja aplicada em muitas cidades e o lugar de culto principal se torne “casa de oração comunitária para todos os cristãos”.
Para o responsável religioso o diálogo teológico deve continuar mas pergunta se é “possível conduzi-lo” numa perspetiva de oração comunitária e com a consciência unidade.
“Ao vivermos e rezarmos em conjunto, abordamos já de outro modo questões de carácter propriamente teológico. Talvez possamos dizer o mesmo da reflexão bíblica”, acrescenta.
Na quinta sugestão, o irmão Alois recorda que a família cristã, que é a Igreja, “precisa de ministérios de unidade, a todos os níveis” e questiona se o bispo de Roma poderá ser “reconhecido” como o servidor que zela pela “concórdia dos seus irmãos e irmãs, na sua grande diversidade”.
Por último, destaque para a Eucaristia como “o caminho para a unidade” e a interrogação se a par da “unidade da fé e o acordo sobre os ministérios” as Igrejas não deveriam dar “igual peso” ao amor fraterno como necessário para a comunhão.
No primeiro dia de 2015, o prior de Taizé assinalou que o evento reuniu cristãos de diferentes confissões – católicos; ortodoxos; protestantes – e “pessoas que não partilham a fé em Cristo” mas procuram ser “artífices da paz”.
Por isso, frisou que os cristãos devem encontrar resposta para a pergunta: “Como mostrar pela nossa vida que a unidade é possível no respeito pelo pluralismo?”
“Haverá sempre diferenças entre cristãos: elas permanecerão como um convite ao diálogo franco; mas elas podem ser também uma riqueza”, acrescentou interrogando se não é “o tempo de dar prioridade à identidade batismal comum a todos” que já une em Cristo.
“Hoje, não deveriam as Igrejas cristãs ousar colocarem-se todas sob um mesmo teto, antes mesmo de encontrarem um acordo sobre todas as questões teológicas?”, perguntou mais uma vez.
O irmão Alois revelou ainda que vão realizar etapas da Peregrinação de Confiança em fevereiro à Austrália e na Nova Zelândia e em setembro de 2016 regressam a África, “um continente tão próximo da Europa mas ainda assim tão desconhecido”, mais propriamente à cidade de Cotonou, no Benim, costa ocidental.
Com um “acolhimento tão generoso”, desde o dia 29 de dezembro de 2014 até hoje, mais de 30 mil pessoas, incluindo centenas de portugueses, participam no programa do Encontro Europeu em Praga, com ateliês de reflexão e oração em 17 igrejas do centro histórico.
CB