Família: Francisco recorda nascimento de Jesus numa família da «periferia»

Papa prosseguiu ciclo de reflexões em dia de festa no Vaticano

Cidade do Vaticano, 17 dez 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco convidou hoje os católicos a meditarem sobre o “mistério” do nascimento de Jesus numa família de Nazaré, a “periferia” da sua terra de origem, em vez de escolher nascer como um “guerreiro” ou “imperador”.

“A incarnação do Filho de Deus abre um novo começo na história universal do homem e da mulher e isso acontece no seio de uma família, em Nazaré. Jesus nasce numa família”, declarou, durante a audiência geral que decorreu na Praça de São Pedro, Vaticano, perante milhares de pessoas.

No dia em que completou 78 anos de idade, data assinalada por vários gestos de carinho da multidão, Francisco sublinhou que Nazaré era uma “aldeia perdida na periferia do Império Romano”, uma “periferia quase invisível, mais ainda, com má fama”.

O Papa declarou que foi ali que começou a “história mais santa e mais bela”, a de Jesus entre a humanidade, e que naquela periferia, em Nazaré, Cristo permaneceu durante 30 anos, aparentemente “desperdiçados”.

“Não se fala de milagres ou curas, de pregações – não fez nenhuma naquele tempo, de multidões que acorriam; em Nazaré tudo parece decorrer normalmente, segundo os costumes de uma família israelita piedosa e trabalhadora”, acrescentou.

Deixando de lado o discurso escrito, Francisco recordou que Maria, mãe de Jesus, “cozinhava, fazia todas as lides de casa, estendia a roupa, todas as coisas da mãe”.

“O pai, carpinteiro, trabalhava, ensinava o seu filho a trabalhar. 30 anos, ‘mas que desperdício!’. Nunca se sabe, porém: os caminhos de Deus são misteriosos. Tudo o que era importante ali era a família e isso não é um desperdício”, precisou.

O Papa realçou que os Evangelhos nada dizem sobre a adolescências de Jesus, um vazio completado pela “imaginação” da arte, da literatura ou da música.

“Jesus cultivou durante 30 anos a sua vocação, para a qual o Pai o tinha enviado. Jesus nunca perdeu a coragem, nesse tempo, mas cresceu com coragem para seguir em frente na sua missão”, acrescentou.

Francisco insistiu que a família de Nazaré não era “a fingir”, “irreal”, mas deve levar cada cristão a “redescobrir a vocação e a missão da família, de cada família”.

“Fazer normal o amor e não o ódio, tornar comum a ajuda mútua e não a indiferença ou a inimizade”, assinalou.

Como habitualmente, o Papa saudou os vários peregrinos presentes, incluindo o grupo lusófono.

“De coração vos saúdo a todos, confiando ao bom Deus a vossa vida e a dos vossos familiares. Muito obrigado pelos votos formulados pelo meu aniversário e para as próximas Festas Natalícias, que retribuo desejando-vos um Santo Natal e um Ano Novo repleto das bênçãos do Deus Menino”, disse.

OC

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Agência ECCLESIA

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