Brasil: Conferência Episcopal pede debate presidencial com ideias e sem ataques pessoais

Brasília, 24 out 2014 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pediu que o último debate presidencial antes das eleições decorra sem ataques pessoais, mas troca de ideias e projetos que motivem os cidadãos a votar.

“O eleitor está desejoso de escutar propostas, projetos, às vezes questões do país como educação, saúde, segurança, habitação, trabalho, e muitas vezes fica defraudado ao acompanhar o debate”, comentou o cardeal Raymundo Damasceno Assis, em conferência de imprensa.

Hoje os dois candidatos à presidência do Brasil, Dilma Rousseff  e Aécio Neves, vão encontrar-se no debate final, na TV Globo, a dois dias da segunda volta das eleições.

“Esperamos que seja uma última oportunidade de se apresentarem aos cidadãos mais tranquilos, sem ataques pessoais e quem sabe com projetos maiores para o nosso país. Quem sabe quem não ia votar ou votar em branco/nulo se sinta mais animado”, alertou ainda o arcebispo de Aparecida.

O presidente da CNBB considera que estas eleições têm sido “bastante agitadas, das mais agitadas da história do país” e recordou que o debate presidencial promovido pela Conferência Episcopal tentou “dar um nível elevado através de perguntas que normalmente não aparecem nos outros debates”.

O prelado exemplificou que a primeira pergunta do debate do dia 26 de agosto, no Santuário Nacional de Aparecida, foi sobre política de demarcação das terras mas também houve questões sobre o futuro dos jovens brasileiros “vítimas da droga, da violência, muitas vezes sem acesso ao desporto, ao lazer, a uma educação de qualidade”.

Este debate promovido pela CNBB teve uma assistência de cerca de oito mil pessoas, com 350 bispos convidados, padres e autoridades.

O arcebispo de Aparecida recordou que foram feitas perguntas sobre a reforma política que os candidatos têm para o Brasil e que também participaram na “angariação de assinaturas para o projeto da reforma política, democrática”.

“Vamos ver como entendem e vão dar andamento” ao projeto de reforma política “que é fundamental, importante”, acrescentou o cardeal Raymundo Damasceno Assis.

No debate presidencial “da CNBB” a educação, a saúde, a laicidade e as relações entre o “Estado, a Igreja e a sociedade”, bem como a visão dos candidatos sobre o papel das religiões na sociedade”, também foram questões às quais todos responderam.

O presidente da CNBB revelou que na altura disse aos candidatos que o “importante não era levantar calúnias” mas discutir propostas para o país, “ouvir” para aperfeiçoar a democracia e para tornar os cidadãos “mais participantes”.

Na conferência de imprensa desta quinta-feira, para além das eleições no Brasil foram ainda abordados temas relacionados com Sínodo dos Bispos sobre a família, a assembleia geral da CNBB e uma nota sobre o direito dos povos indígenas.

CB/OC

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