II Concilio do Vaticano: Do santo João ao beato Paulo (I)

Os papas João XXIII e Paulo VI estavam na cadeira de Pedro durante a realização do II Concílio do Vaticano (1962-1965). A 19 deste mês, o papa Montini vai ser beatificado, em Roma (Itália), no final da Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre a família.

Os papas João XXIII e Paulo VI estavam na cadeira de Pedro durante a realização do II Concílio do Vaticano (1962-1965). A 19 deste mês, o papa Montini vai ser beatificado, em Roma (Itália), no final da Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre a família.

A 11 de maio de 1993 abriu-se na diocese romana, o processo diocesano. Nas investigações que foram feitas reuniram-se os depoimentos de 58 testemunhas de Brescia (Itália) e 71 de Milão (cidade italiana) e 63 de Roma. Os postuladores da causa foram o padre jesuíta Paolo Molinari e, a partir de 2007, o padre redentorista António Marrazzo “que a levou à feliz conclusão” (In: «Paulo VI – Biografia», Giselda Adornato; Lisboa; Paulus Editora). A 10 de maio, o Papa Francisco promulgou o decreto sobre o milagre, abrindo assim o caminho para a celebração da beatificação, a realizar na Praça de São Pedro, a 19 de outubro.

Giovanni Battista Montini, depois Paulo VI, nasceu em Concesio (Brescia), a 26 de setembro de 1897. Filho de Giorgio Montini – “figura grada do movimento católico, advogado, jornalista, deputado, fundador da editora Morcelliana, de uma família de advogados e eclesiásticos” (In: «Os Papas do século XX», D. Manuel Clemente, Lisboa, Paulus Editora) – e de Giuditta Alghisi. Passou a infância quase toda no campo, entre Consecio, Bovezzo e Verolavecchia, terra dos condes Alghisi.

Em maio de 1907 foi a Roma com a família, sendo recebido pelo Papa Pio X. Um ano depois entra no Colégio Arici, de Brescia, escola particular confiada aos jesuítas. No jornal escolar «La Fionda», Giovanni Battista Montini começou a escrever e dava sinais evidentes de vocação sacerdotal. O padre e professor Persico testemunhou na altura: “Era um bravo rapaz, com dotes maravilhosos de escritor, […] irredutivelmente antirretórico […]. Teria sido um magnífico jornalista”.

Em julho de 1916 inscreveu-se no Seminário de Brescia, ficando como aluno externo “por motivos de saúde” (In: «Os Papas do século XX», D. Manuel Clemente, Lisboa, Paulus Editora). No mês de maio de 1920 foi ordenado padre pelo arcebispo local, monsenhor Gaggia. Em Roma estudou Direito Canónico, Teologia e Filosofia na Universidade Gregoriana e também na Sapienza. Logo em 1921, monsenhor Pizzardo abriu-lhe as portas da Academia dos Nobres Eclesiásticos e, depois, chamou-o para a Secretaria de Estado. As suas qualidades diplomáticas e o discernimento de pessoas e situações ressaltavam.

Esteve como adido na Nunciatura de Varsóvia (Polónia), no entanto não suportou o clima daquele país e teve de voltar à Secretaria de Estado. Para além do trabalho na cúria romana, Giovanni Battista Montini foi nomeado – pelo Papa Pio XI – assistente da Federação Universitária Católica Italiana nos tempos difíceis da resistência ao fascismo. Neste contexto procurou formar uma elite católica para a cristianização da sociedade. Com os universitários tanto ia ao estrangeiro como os levava às barracas dos bairros mais degradados.
(Continua)
LFS
 

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