Síria: Fundação católica disponibiliza 360 mil euros de ajuda de emergência

AIS recorda «cristãos encurralados» pelo conflito no país

Lisboa, 03 set 2014 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) revelou hoje que disponibilizou 360 mil euros de auxílio de emergência para a Síria onde o conflito armado “causou mais de 190 mil mortos e 6,5 milhões de deslocados”.

“Esta verba, que se destina essencialmente a apoiar projetos de caráter humanitário e pastoral, significa uma ajuda preciosa para os cristãos encurralados como em Alepo, uma cidade esventrada pelas bombas”, informa a fundação pontifícia em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

“Alepo vive sob a ameaça de uma morte lenta”, revelou Annie Demerjian, religiosa das Irmãs de Jesus e Maria, que considera que esta ajuda de emergência “vai aliviar um pouco” as necessidades mais básicas da população da cidade.

Sobre o dia-a-dia na antiga metrópole no norte da Síria, a religiosa explica que tem sido necessário “dar tudo o que as pessoas precisam para sobreviver”, porque falta água, eletricidade e alimentos como carne, vegetais e fruta fresca.

A AIS, através do jesuíta Ziad Hilal, relata que também em Homs, cidade na zona oste da Síria, a “situação é trágica”.

“Em Homs aumenta o número de pessoas que não têm dinheiro para comprar produtos de higiene pessoal e mantimentos porque não há trabalho”, explica o sacerdote, que identificou cerca de três mil famílias a quem quer fornecer um cabaz com produtos básicos de alimentação e higiene.

“Metade da população, calculada em cerca de 1,6 milhões de pessoas, teve de abandonar as suas casas estando agora refugiadas noutras zonas da cidade ou noutras regiões do país”, como o Vale dos Cristãos, perto da cidade de Marmarita, acrescenta a AIS.

O padre da Companhia de Jesus, que continua em Homs, revela que existem entre “15 a 18 mil pessoas profundamente empobrecidas” e que precisam de ajuda imediata para sobreviverem ao próximo inverno.

O apoio da Fundação pontifícia, que este ano já disponibilizou “uma ajuda de emergência de 1,23 milhões de euros”, também “contempla o trabalho pastoral”, como é o exemplo da paróquia greco-católica de São Cirilo, em Damasco, destaca o comunicado.

“O centro catequético da paróquia é mais do que um centro religioso, é quase o único consolo para 500 crianças”, explicou o padre Joseph Lajin.

Num país em guerra há três anos “não é fácil educar para a paz e o perdão, a aceitação dos outros e amar o inimigo”, revelou o sacerdote.

Com a ajuda disponibilizada, esta paróquia greco-católica de Damasco, para além da catequese às crianças, também pode pagar salários aos funcionários e “comprar presentes de Natal para os mais novos”.

A AIS relembra ainda o relatório da Comissão de Inquérito da Organização das Nações Unidas que classificou o conflito sírio como a “pior catástrofe humana do mundo” e atribui responsabilidades ao Governo e ao grupo jihadista Estado Islâmico.

Desde março de 2011, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre informa que já disponibilizou 3,5 milhões de euros para a população na Síria e para os refugiados nos países vizinhos, nomeadamente o Líbano, Jordânia e Turquia.

AIS/CB/OC

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