Lisboa, 19 jun 2014 (Ecclesia) – O sacerdote e cirurgião Aldo Marchesini, missionário italiano em Moçambique, foi distinguido pelas Nações Unidas com o ‘World Population Award’, destinado a premiar o trabalho por melhores condições de saúde das populações.
“Viver com os mais pobres é uma experiência extraordinária, porque pouco a pouco se compreender, como dizia Jesus, que os sábios e inteligentes não conseguem perceber os segredos do mundo, abertos, pelo contrário, aos pequenos e pobres”, refere o religioso dehoniano, em declarações reproduzidas hoje pela Rádio Vaticano.
A entrega do prémio decorreu no último dia 12, em Nova Iorque.
A ONU destaca o trabalho do missionário na área da obstetrícia, sem nunca ter deixado Moçambique durante a guerra civil, na qual foi “raptado e preso várias vezes”.
O padre Aldo Marchesini trabalha em Moçambique há mais de 40 anos, onde se tem dedicado ao tema da população e à assistência médica aos doentes nos hospitais por onde tem desenvolvido a sua atividade profissional.
A província portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) recorda que o sacerdote é seropositivo, tendo sido infetado com o Vírus da Imunodeficiência Humana ao operar a uma mulher seropositiva que estava a dar à luz.
“O facto de ser seropositivo não o afasta das missões: em vez de ficar em Itália a cuidar da sua saúde, preferiu regressar a Moçambique e, junto dos colegas, enfermeiros e doentes, mostrar que é possível combater esta terrível doença que mata milhares de pessoas em Moçambique e no mundo inteiro”, destacam os religiosos portugueses.
Além do padre Aldo Marchesini, o «World Population Award» distinguiu uma ONG norte-americana, a ‘Johns Hopkins Programme for International Education in Gynaecology and Obstetrics’, especializada em saúde materna.
OC