Responsáveis católicos pedem consenso nacional e internacional para travar avanço dos jihadistas
Lisboa, 19 jun 2014 (Ecclesia) – A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), com secretariado nacional em Lisboa, anunciou hoje que decidiu disponibilizar, de imediato, uma “ajuda de emergência” de 100 mil euros para os refugiados da cidade iraquiana de Mossul.
Segundo a instituição, milhares de pessoas fugiram perante a aproximação dos rebeldes jihadistas do ISIS (Estado Islâmico do Iraque e do Levante), número no qual se incluem “os cerca de 3 mil cristãos que viviam na cidade”.
De acordo com o arcebispo caldeu de Mosul, D. Shimon Emil Nona, todos estes cristãos encontram-se agora refugiados em aldeias próximas de Nínive, em abrigos provisórios que a Igreja tem disponibilizado, quer em escolas, salas de catequese e até em casas abandonadas.
Para Regina Lynch, diretora de projetos da Fundação AIS, “o sofrimento sem fim dos cristãos iraquianos é uma ferida aberta”.
“Os cristãos no Iraque têm de saber de que não estão abandonados e que os cristãos no resto do mundo estão com eles, rezam por eles e, ajudam-nos na medida das suas possibilidades”, precisa.
Por isso, além dos projetos que a AIS já tinha em marcha na região, esta ajuda de emergência “procura cumprir essa solidariedade”.
Em declarações à Fundação AIS, desde Bagdade, o arcebispo Jean Sleiman fala num “ambiente de caos” com as pessoas a tentar sair da cidade com medo da ofensiva do ISIS, havendo estradas bloqueadas e o aeroporto congestionado até ao final do mês.
O prelado defende um consenso na sociedade iraquiana como forma de se deter o avanço jihadista, caso contrário, “haverá um desfecho trágico”.
“O ISIS tem de ser detido… e é preciso que os líderes iraquianos trabalhem juntos para o fazer. Isso é mais importante do que conseguir o envolvimento da comunidade internacional”, sustenta.
D. Jean Sleiman, arcebispo latino de Bagdade, pede orações “pela paz e solidariedade”, e para que se encontre uma solução para esta crise.
AIS/OC