Europeias: Dar voz a política mais «humana»

Em causa, realça o secretário-geral da Cáritas no Velho Continente, está a necessidade de responder ao sofrimento de milhões de pessoas

Bruxelas, 22 mai 2014 (Ecclesia) – O secretário-geral da Cáritas Europa apela aos cristãos com responsabilidades políticas que façam das eleições para o Parlamento Europeu uma oportunidade de mudança no Velho Continente, sobretudo ao nível das estratégias sociais e económicas.

Num texto enviado à Agência ECCLESIA, Jorge Nuño Mayer exorta também os cristãos a fazerem “ouvir” a sua “voz” e assim contribuírem para “dar uma nova face” ao Velho Continente, mais “humana”.

Para o coordenador da Cáritas Europa, “o sonho” que regeu a criação da Comunidade Europeia, de um espaço sem fronteiras de cooperação, de progressão económica e social e de preservação da paz, precisa de “um novo impulso”.

Em causa estão decisões políticas centradas em parâmetros financeiros e não “na defesa do bem-comum”, que têm causado “sofrimento” a “muitos dos concidadãos” europeus.

Jorge Nuño Mayer dá o exemplo do seu país, Espanha, onde “50 por cento dos jovens estão desempregados”.

“Há mais desigualdade e mais pobreza na Europa. Ao mesmo tempo, um número infindável de pobres batem à porta da Europa, procurando atravessar as nossas fronteiras. Um quinto da população mundial passa fome. E apesar disso, para os que estão no poder só conta a economia”, lamenta.

De acordo com os dados apurados pela Cáritas Europa, “há milhões” de pessoas que nunca encontrarão emprego nas próximas décadas”.

 “O PIB e o crescimento não são tudo! Os seres humanos e a sociedade estão a ser esquecidos. A UE vive numa situação de emergência: os pobres não podem esperar!”, alerta Jorge Nuño Mayer.

Para o coordenador da Cáritas Europa, “o bem-comum” de uma nação deve estar sempre “ligado ao bem-comum mais vasto de todos os europeus”.

Se uma decisão criar mais pobreza ou sofrimento em qualquer parte do mundo, é uma má decisão”, sustenta.

Jorge Nuño Mayer aponta a necessidade de combater tendências “individualistas” e de promover uma Europa mais aberta, “hospitaleira”, onde os seus membros saibam “estender uma mão” a quem bate à sua porta, quer países “vizinhos que enfrentam dificuldades em tempo de crise” quer “aos migrantes e refugiados”.

JCP

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