Beja: D. António Vitalino diz que liberdade só pode ser absoluta implicando relação com todas as dimensões

Bispo aborda tema na sua mensagem semanal à diocese

Beja, 29 abr 2014 (Ecclesia) – O bispo de Beja, D. António Vitalino, aborda na sua mensagem semanal à diocese, a comemoração dos 40 anos do 25 de abril de 1974 lembrando que “a liberdade não pode ser absoluta sem implicar a relação com outras dimensões”, entre elas com Deus.

“A liberdade como expressão fundamental da pessoa não pode ser absoluta e a conceção de pessoa tem de implicar a relação em muitas dimensões: consigo, com os outros, com a natureza e, no fundo, com Deus”, recorda o bispo de Beja na sua mensagem semanal à diocese, enviado hoje à Agência ECCLESIA.

D. António Vitalino escreve que “como se costuma dizer, a democracia é o melhor de todos os regimes imperfeitos” sendo que no entanto “o caminho da liberdade é sempre espinhoso, difícil, porque não está em causa apenas a liberdade de um, mas a de todos”.

O prelado diocesano recorda que para que “a dignidade fundamental da pessoa humana” seja respeitada “é preciso ter em atenção os mais débeis, as crianças, os idosos e os doentes”.

O bispo de Beja lembra ainda que nos últimos tempos todas as democracias “têm tentado regulamentar a liberdade religiosa, mas ainda há um longo caminho a percorrer, nesta e noutras áreas”.

Incentivado a continuidade deste caminho D. António Vitalino alerta para o facto de que “o pior que pode acontecer é cair-se na indiferença, no desinteresse e num individualismo e egoísmo fechado ao interesse comunitário”.

D. António Vitalino recorda as palavras do Papa Francisco sobre João XXIII nomeando-o como “uma pessoa dócil ao Espírito Santo, com uma grande liberdade de espírito, que deu início a uma grande revolução na vida da Igreja, convocando o concílio ecuménico Vaticano II”.

“Aqui está o cerne da questão da liberdade, que pode subsistir mesmo em regimes não democráticos, pois a liberdade de consciência, aberta às relações fundamentais, não pode ser acorrentada ou encarcerada”, escreve o bispo de Beja.

O prelado enaltece o facto de que o alcance desta liberdade “não depender apenas de cada um, da educação recebida na família e na sociedade”, mas que esta é sim uma “meta sempre distante, mas no horizonte do caminho de vida, na complexidade das relações humanas e transcendentes”.

A liberdade de espírito “obtém-se através de um longo percurso” salienta D. António Vitalino.

MD

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Agência ECCLESIA

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