Reforma da Cúria só a partir de 2015

Cidade do Vaticano, 29 abr 2014 (Ecclesia) – Os trabalhos do conselho consultivo de cardeais, criado pelo Papa Francisco, relativamente à reforma da Cúria Romana deverão prolongar-se até 2015, anunciou hoje o Vaticano.

“O trabalho por fazer ainda é muito, pelo que não se deve esperar que acabe este ano, mas no próximo”, adianta uma nota da sala de imprensa da Santa Sé.

Francisco está reunido até quarta-feira com os cardeais, em trabalhos que contam ainda com a presença do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.

A agenda inclui uma “primeira análise” da situação dos vários Conselhos Pontifícios da Cúria Romana.

Esta é a quarta reunião de Francisco com o Conselho de Cardeais que nomeou em abril de 2013 para o aconselharem, abrindo caminho à redação de uma nova constituição para o Vaticano. 

Esta segunda-feira, o conselho ouviu um relatório de Joseph Zahra, presidente da Comissão Pontifícia de Estudo e Orientação para os Assuntos Económicos e administrativos da Santa Sé.

O Papa decidiu criar uma estrutura de coordenação para as atividades económicas e administrativas da Santa Sé e do Vaticano, sob a direção do cardeal George Pell, australiano, membro deste conselho. 

A nova Secretaria para a Economia vai ter autoridade sobre todas as atividades económicas e financeiras.

As mudanças promovidas pelo Papa “confirmam” o papel da Administração do Património da Sé Apostólica (APSA) como Banco Central do Vaticano, “com todas as obrigações e responsabilidades das instituições análogas em todo o mundo”. 

A APSA (Cúria Romana) tem como missão administrar os bens que são propriedade da Santa Sé, destinados a fornecer fundos necessários para o funcionamento dos organismos centrais de governo da Igreja Católica. 

Além da “estrutura económico-organizativa da Santa Sé”, o encontro de fevereiro abordou a situação do Instituto para as Obras de Religião (o chamado Banco do Vaticano), tendo o Papa optado por manter a instituição financeira em funcionamento. 

O organismo vai continuar a ser alvo de supervisão regular por parte da Autoridade de Informação Financeira do Vaticano. 

Nesse sentido, a Comissão Cardinalícia de Vigilância do IOR anunciou hoje que se vai reunir “três vezes por ano, a não ser que haja circunstâncias particular que exijam outros encontros”.

O Conselho de Cardeais tem como missão auxiliar o Papa no governo da Igreja e promover o aperfeiçoamento do documento que regulamenta atualmente a Cúria Romana, organismos centrais (dicastérios) da Santa Sé, a constituição ‘Pastor bonus’, assinada por João Paulo II a 28 de junho de 1988.

O próximo encontro do Papa vai decorrer de 1 a 4 de julho, mais um dia do que é habitual.

OC

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