Sociedade: A Educação Moral e Religiosa Católica «é uma leitura para olhar e sonhar um mundo novo»

Professor Fernando Moita abordou principais desafios da disciplina no âmbito da semana nacional que está a decorrer

Lisboa, 03 abr 2014 (Ecclesia) – O professor Fernando Moita, responsável pela formação de docentes de Educação Moral e Religiosa Católica, abordou os principais desafios da disciplina, no âmbito da semana nacional de EMRC que está a decorrer.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o docente destacou o forte “investimento” que está a ser feito na preparação de recursos humanos para o 1.º Ciclo do Ensino Básico, depois de vários anos de indefinição em termos da oferta da disciplina neste escalão letivo.

“Os professores foram formados e formatados mais da adolescência para cima e agora há que fazer este esforço na linguagem, na capacidade de entender, no discurso a ter” com estes alunos mais novos, salientou Fernando Moita.

Apesar da inclusão de EMRC no currículo escolar ser obrigatória, ainda que a frequência seja facultativa, a publicação em 2001 do decreto-Lei n.º 6/2001 abriu espaço à sua colocação no 1.º Ciclo em áreas curriculares não disciplinares, ou seja, fora das 25 horas semanais regulamentadas.

Uma realidade que agora está a mudar, com os agrupamentos a revelarem cada vez mais “abertura”, o que para o membro do Secretariado Nacional da Educação Cristã é extremamente positivo, uma vez que a Educação Moral e Religiosa Católica é essencial para o “desenvolvimento integral” das novas gerações.

“É um contributo, através da mensagem cristã, para que o aluno, através da reflexão nomeadamente da dimensão religiosa, interprete os outros saberes. a realidade, e construa um futuro pessoal e coletivo mais harmonioso ao serviço do outro, é uma leitura para olhar e sonhar um novo mundo”, realça Fernando Moita.

Atualmente, a disciplina surge no horário ou no início ou no fim de cada turno e os alunos que não optam pela sua frequência ou chegam à escola mais tarde ou saem mais cedo.

Para o responsável pela formação de docentes de EMRC, isto também representa um desafio acrescido para os professores, uma vez que eles têm de conseguir, através do seu trabalho, que as crianças, adolescentes e jovens da sua turma cheguem ao fim da aula ao menos com a sensação de que “valeu a pena vir”.

A semana nacional de Educação Moral e Religiosa é dedicada ao Papa Francisco, com o tema “Pelos caminhos de Francisco”.

De acordo com Fernando Moita, o primeiro ano de pontificado de Jorge Mario Bergoglio tem impressionado a comunidade escolar, pelo seu estilo “inovador, radical” e pela sua forma de lidar com as pessoas, mais próxima e afetiva.

 “Os miúdos, mesmo os mais pequenos, são extremamente sensíveis a um Papa que pára, para olhar, para abraçar, mesmo aquelas crianças e velhos que são frágeis, na sua saúde”, aponta o docente.

No caso dos professores, ficou na memória a mensagem que Francisco transmitiu ao clero, sobre a importância deles andarem no meio do povo, de conhecerem as suas alegrias e dificuldades, de terem “o cheio das suas ovelhas”.

“É uma grande interpelação, temos de ser professores perfeitamente embrenhados na vida dos alunos, nos seus dilemas, angústias, desafios e inquietações”, conclui Fernando Moita.

HM/JCP

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Agência ECCLESIA

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