D. Gilberto Reis, 25 anos de bispo

Prelado apela a entendimento político face à crise e destaca importância da presença da Igreja nas periferias

Setúbal, 12 fev 2014 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal, que hoje celebra 25 anos de ordenação episcopal, considera que o atual momento de crise exige um entendimento político entre todos os partidos, para dar prioridade a quem mais sofre.

“As respostas são remédios. A situação que vivemos precisa que o Governo e os partidos façam um pacto de entendimento para ir ao encontro de quem mais sofre. Esse é um desafio que os vários partidos têm de assumir. Têm de ser respostas mais profundas”, declarou D. Gilberto Reis, em entrevista à Agência ECCLESIA.

O prelado passa em revista os seus anos de bispo  e destaca a importância de ir ao encontro de toda a sociedade.

“É preciso levar Jesus a toda a parte. O nosso mundo está cheio de pobres. Todos os homens, tenham ou não fé, deveriam olhar mais para os pobres. Não é digno que se deixem homens viver ao abandono, não honra ninguém seja crente ou não, seja culto ou não”, sustenta.

O bispo de Setúbal assume que esta é uma responsabilidade “muito mais” sentida pela Igreja Católica, a quem compete “ir às periferias, fazer-se próxima, renovar estruturas, ganhar a esperança nos agentes pastorais”.

“Trabalhar, não porque tem de ser, mas porque o coração arde por dentro e não há outra forma”, explica.

D. Gilberto Reis adianta que vai começar uma visita pastoral temática, em fevereiro, dedicada à “atenção social e caritativa”, com o objetivo de “estar com os doentes, visitar os serviços mais atentos aos pobres, ver os centros sociais, procurar um encontro com todos para perceber como se pode servir melhor à maneira de Jesus”.

“As paróquias são chamadas a avançar mais. Quer dentro das respostas que dão, mas também colaborando com entidades privadas ou civis. Quanto mais nos juntarmos, melhores soluções podemos oferecer”, assinala.

[[a,d,4433,Emissão 09-02-2014]]Nascido em Barbadães de Baixo (Diocese de Vila Real), Gilberto Délio Gonçalves Canavarro dos Reis foi ordenado padre, em dezembro 1963; foi nomeado auxiliar do Porto a 16 de novembro de 1988, por João Paulo II, e ordenado bispo na Sé de Vila Real, a 12 de fevereiro de 1989; o Papa polaco nomeou-o bispo de Setúbal em 1998.

O prelado assume que neste percurso tem aprendido a “perceber como as pessoas, os padres e os problemas são diferentes e exigem diversas respostas” e que “a Igreja é plural”.

O bispo de Setúbal evoca o seu predecessor, D. Manuel Martins, como “uma figura que enche, continua muito presente no coração das pessoas”.

D. Gilberto Reis mostra-se satisfeito por ter ordenado 26 padres (mais dois vão ser ordenados em julho), um “grande número”, mas lamenta que a diocese continue “muito fechada dentro de si” em vez de “ir para fora”.

“Muitas pessoas fizeram um percurso dentro da Igreja, foram batizadas, casaram, mas não chegou a haver um encontro verdadeiro com Jesus ou não foi aprofundado. Creio que mostra que se gastou tempo e não se saiu ao encontro”, precisa.

O bispo deixa ainda uma palavra de esperança em relação ao papel que o Santuário de Cristo Rei pode desempenhar na pastoral diocesana: “À medida que o santuário tiver mais condições, mais pessoas o vão procurar para rezar ou para a formação”.

O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) vai reunir-se hoje em Setúbal, antes da celebração do jubileu episcopal, marcada a Sé diocesana, a partir das 18h30.

LS/OC

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