Migrações: Da Moldávia para Portugal para ser enfermeira

Mariana Ceban conseguiu adquirir as equivalências académicas para exercer em Portugal

Lisboa, 17 jan 2014 (Ecclesia) – A enfermeira Mariana Ceban cumpre hoje o sonho de poder exercer a sua profissão em Portugal após ter sido ajudada pelo programa de equivalências de habilitações académicas e profissionais de imigrantes.

Em 2005, Mariana Ceban trabalhava como empregada de mesa num hotel em Lisboa quando encontrou por acaso numa revista, um pequeno anúncio do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) sobre o programa de equivalências de habilitações académicas e profissionais de enfermeiros imigrantes.

Depois desse momento a sua vida mudou, “candidatou-se ao programa”, foi aceite e “o sonho de exercer a profissão de enfermeira em Portugal” começou a concretizar-se, explica, em declarações à Agência ECCLESIA, numa entrevista por ocasião do 14.º Encontro de formação de agentes sociopastorais das migrações que hoje se inicia em Albergaria-a-Velha (Diocese de Aveiro).

Quando se dirigiu ao JRS, Mariana ficou impressionada com “o carinho das pessoas, donas de uma alma muito grande que ainda ficaram à espera dos documentos que tinham de vir da Moldávia para finalizar o processo de admissão ao curso”, que começaria a frequentar em maio de 2005.

Para reunir na Moldávia os documentos necessários Mariana contou com a preciosa ajuda do irmão, que “entre muitas idas à escola de enfermagem, à embaixada e ao Ministério da Educação moldavo, conseguiu reunir tudo e enviar com urgência para Portugal”, conta.

Apesar de ter sido um processo “dispendioso” Mariana nunca desistiu, porque tinha “um querer muito grande” de exercer enfermagem em Portugal.

Durante 6 meses, Mariana integrou o curso de habilitações académicas e profissionais de enfermeiros imigrantes que consistiu em “3 meses de estágio prático divididos entre o Hospital Amadora-Sintra e o Centro de Saúde de Alfornelos, na Amadora e 3 meses de aprendizagem e aperfeiçoamento da língua portuguesa na Universidade de Letras em Lisboa”.

A vontade de exercer a profissão fez de Mariana uma aluna exemplar e atualmente está a trabalhar num dos locais onde estagiou, o Amadora-Sintra.

Casada e com um filho, que  em 2005 tinha 9 anos, Mariana garante que a ajuda do marido foi “determinante para chegar onde está hoje em dia, porque ao longo de todo o processo o apoio dele foi muito importante para conseguir fazer este curso muito exigente e desgastante”.

Um ano depois de conseguir as equivalências, Mariana voltou aos estudos e fez a licenciatura em enfermagem numa universidade portuguesa para “aperfeiçoar a forma de trabalhar e aproximá-la ao que se faz em Portugal”.

O programa de equivalências de habilitações académicas e profissionais de enfermeiros imigrantes que a Mariana integrou foi um projeto levado a cabo pelo JRS, a Escola Superior de Enfermagem Francisco Gentil, pela Fundação Calouste Gulbenkian e pelo Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), que decorreu entre 2005 e 2007 e que foi financiado pelo programa comunitário EQUAL.

MD

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