Portugal: Uma Igreja mais ousada e uma sociedade sem preconceitos

Bispo de Coimbra quer cristãos mais ativos e dinâmicos com «palavra esclarecida e firme»

Lisboa, 20 ago 2013 (Ecclesia) – “Portugal está cheio de preconceitos em relação à fé”, considera D. Virgílio Antunes, bispo de Coimbra, animado pelo espírito vivido no Brasil, depois da Jornada Mundial da Juventude e de uma semana de missão, em Chapadinha.

O bispo de Coimbra considera que Portugal “está cheio de preconceitos em relação à fé e sofre ainda as influências de um laicismo militante característico de uma ideologia historicamente antiquada”, depois de participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Rio de Janeiro, no Brasil e ouvir as mensagens e os desafios que o Papa Francisco lançou para todos sem exceção.

D. Virgílio Antunes, em entrevista enviada à Agência ECCLESIA, explicou que dos desafios à sociedade portuguesa espera-se que “se desprenda” do passado e se “torne” plural, livre e “democrática”.

Por sua vez, da Igreja espera-se que seja evangelizadora “de forma muito mais ativa e dinâmica” e que apresente uma palavra “esclarecida e firme”.

“Que abra perspetivas de futuro e que o seu testemunho de proximidade e caridade seja distintivo de identidade”, acrescentou o bispo diocesano.

Da observação e meditação sobre as palavras e atos de Francisco durante a JMJ, o bispo explicou que a Igreja “pôde conhecer melhor” o Papa e que no Rio de Janeiro ele apresentou a “experiência de fé, a sua maneira pessoal de ser, a força da sua palavra e do seu testemunho, simples e autênticos”.

Para D. Virgílio Antunes a reduzida participação portuguesa na JMJ prendeu-se com “dificuldades económicas” e com “alguma falta de entusiasmo instalada”.

Para o bispo da diocese de Coimbra da JMJ surgem dois desafios: o primeiro é ajudar os jovens “a encontrarem razões de esperança” nas realidade em que vivem, localizadas em Portugal e na Europa e depois que aceitem a “fé cristã como realidade” que provoca mudanças de “atitudes” agora.

Depois do Rio de Janeiro, D. Virgílio Antunes dirigiu-se para o nordeste do Brasil e encontrou-se com seis jovens da sua diocese que dedicam-se à missão, através do Grupo Missionário João Paulo II, em Chapadinha, no Maranhão.

Desta experiência o bispo de Coimbra recorda uma outra face da sociedade e da Igreja, “o rosto pobre do ponto de vista material mas extremamente rico de juventude, de alegria de viver, de esperança e de confiança em Deus”.

Esta realidade contrasta com a sociedade portuguesa, mais “envelhecida e decadente”, mas revela que “há regiões do planeta em crescimento” onde o futuro é encarado com esperança, mesmo que “demasiado dependente dos missionários estrangeiros”.

Para o prelado, a América Latina “é o continente da fé cristã”, por isso, vai ter um lugar “fundamental” na missão evangelizadora da Igreja.

Na Europa, e do que vivenciou, acrescenta que a pastoral tem de ser “mais ousada, direta e explícita” nas suas propostas sobre o “lugar” da fé e de Deus na vida das pessoas, das famílias e da sociedade.

D. Virgílio Antunes conclui explicando que a Igreja se dedica a muita atividade que “não é pastoral” e que é necessário abranger a pessoa “no seu todo”: a pastoral “tem de estar ao serviço do encontro pessoal e comunitário com Cristo” através da oração, da escuta da Palavra, da liturgia e dos sacramentos.

LM/CB/LS

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