Lisboa, 05 ago 2013 (Ecclesia) – A Igreja Católica em Portugal está atenta aos desafios e oportunidades que o turismo lhe apresenta, em particular neste tempo dedicado às férias e ao descanso, dimensões das quais “não pode dissociar-se”.
“É fundamental uma sã antropologia que contempla a pessoa no seu todo na dimensão espiritual, moral e de valores”, assinala o padre Carlos Godinho, diretor da Obra Nacional da Pastoral do Turismo (ONPT), em declarações ao programa ECCLESIA, na Antena 1.
O sacerdote da Diocese de Coimbra assinalou um documento orientador para a época balnear, sublinhando o papel que a Igreja deve desempenhar no âmbito “moral, espiritual mas também da perspetiva da disponibilização do seu património”.
Varico Pereira, especialista em turismo cultural e religioso, destaca por sua vez que esta é uma “área económica em franco desenvolvimento”.
“Temos Fátima como principal destino de turismo religioso a nível nacional mas temos reparado e analisado que há outros territórios que também têm vindo a beneficiar deste tipo de turismo nomeadamente no norte, em Braga que tem representado um papel muito importante”, revela.
O responsável explica que o turismo religioso aumentou, também, “a oferta em termos hoteleiro na cidade”.
No caso da Diocese de Braga foram criados roteiros internacionais e itinerários culturais, posteriormente divulgados na Europa e na América Latina, “nas principais agências que trabalham este setor”.
Para os responsáveis é necessário investir na formação das pessoas, quer as que acolhem as pessoas no património religioso como os agentes turísticos, afinal este é um turismo específico.
Para o padre Carlos Godinho, depois da dinamização da ONPT nas dioceses, este é o próximo passo, “a formação dos guias-interpretes”.
Outra preocupação para a Obra Nacional da Pastoral do Turismo são as condições dos trabalhadores da área do turismo cuja sazonalidade, formação, e remuneração pode trazer precariedade e diminuir a qualidade do serviço.
“O turismo tem de estar ao serviço do bem comum também nesta perspetiva, temos de qualificar os vários intervenientes mas temos de também de valorizar o trabalho na justa remuneração, na qualificação e no horário laboral”, conclui o diretor.
PR/CB/OC