Trabalhadores cristãos defendem direitos sociais

Organizações da pastoral operária propõem «nova mentalidade» em tempo de crise

Alemanha, 01 ago 2013 (Ecclesia) – O Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC) lançou um apelo em defesa dos “direitos sociais” no campo laboral, num momento de “retrocesso” por causa da crise económica.

“Esta crise económica e financeira provocou a perda de direitos sociais que tinham sido conquistados e um aumento do desemprego e da precariedade do emprego”, alerta a organização, num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.

Estes temas estiveram em análise num seminário internacional, durante oito dias, em Haltern am See, Alemanha, com 163 delegados, de 44 movimentos nacionais, incluindo uma representação de Portugal.

O seminário internacional e a assembleia mundial do MMTC decorreram entre 17 e 24 de julho, em Haltern am See, próximo da fronteira com a Holanda, com o lema, ‘Construamos uma sociedade fraterna, justa e sustentável’.

“Milhões de trabalhadores carecem de segurança social e/ou de uma proteção social adequada”, alertam os participantes.

O MMTC sublinha que “defender os direitos sociais dos trabalhadores e trabalhadores, de todas as pessoas, é um dever de justiça”.

Através das exposições realizadas pelos delegados, de diferentes países, verificou-se “o sofrimento de muitas famílias trabalhadoras porque os direitos fundamentais não são respeitados”.

O comunicado alerta ainda para “situações de escravatura” de trabalhadores imigrantes, os “salários míseros e turnos de trabalho intermináveis” de empregadas domésticas em todo o mundo e também mostra preocupação com os “jovens que não podem construir um futuro”.

Situações que segundo a declaração final são consequência de “um modelo económico contrário aos direitos sociais”, de “uma política sem sentido de justiça e de fraternidades” e “uma cultura social contrária à fraternidade e à solidariedade”.

O reconhecimento “prático” dos direitos sociais “é fundamental”, asseguram os signatários.

O documento assume, também, que numa sociedade mais individualista e consumista os cristãos têm “fragilidades”, mesmo em Igreja, em “responder com coerência às necessidades dos irmãos e irmãs mais pobres das nossas comunidades”.

O MMTC propõe ainda o reconhecimento “prático” dos direitos sociais e assume o objetivo de difundir “uma nova mentalidade” na sociedade contra os obstáculos individuais, ambientais e estruturais que impedem a fraternidade.

Apresentada em sete alíneas na declaração final do seminário internacional do MMTC, a “nova mentalidade” defende, por exemplo, “uma comunidade política internacional que desenvolva políticas de uma distribuição justa da riqueza económica, social e cultural” ou reivindica “um rendimento mínimo universal, que permita a subsistência a milhões de pessoas”.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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