«É possível aceitar que mil milhões de pessoas passem fome quando existem recursos suficientes para alimentar todos?”, questiona cardeal Oscar Maradiaga
Cidade do Vaticano, 17 jul 2013 (Ecclesia) – A Cáritas Internacional quer envolver os jovens de todo o mundo numa campanha dedicada ao ‘Direito à Alimentação’ e contra as “injustiças globais que perpetuam a fome e a pobreza”.
Numa mensagem difundida através da internet, o presidente do organismo católico desafia concretamente aqueles que vão participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) do Rio de Janeiro, entre 23 e 28 de julho, a refletirem em conjunto sobre aquelas temáticas e a promoverem depois o debate “na família, na paróquia e nas redes sociais”.
“É possível aceitar como justo que mil milhões de pessoas no mundo passem fome quando existem recursos suficientes para alimentar todos?”, questiona o cardeal Oscar Rodríguez Maradiaga.
Aquele responsável católico recorda o lema das jornadas deste ano, ‘fazei discípulos entre todas as nações’ e pede aos mais novos que “investiguem as razões que justificam haver fome no mundo”, que verifiquem “o que podem fazer para mudar isso” e que “contactem com outros jovens para discutir e partilhar aquilo que aprenderam”.
O cardeal hondurenho reconhece que “os desafios” da juventude de hoje “são enormes”, que “podem não necessariamente” envolver a “fome física” mas outros problemas como “a fome de postos de trabalho, de esperança, de estabilidade”.
No entanto, sublinha o presidente da Cáritas Internacional, as dificuldades não devem levar os jovens a abstraírem-se dos problemas do mundo, porque todos fazem parte da “solução”.
A campanha contra a fome, que vai envolver “164 organizações da família Cáritas que trabalham juntas em 200 países”, vai começar no final deste ano.
“Neste momento de crise”, os jovens podem ser tentados a pensar que “ninguém quer ou precisa deles, mas a Igreja precisa e a Cáritas também”, reforça D. Oscar Rodríguez Maradiaga.
A Cáritas Internacional foi fundada em 1951 pelo Papa Pio XII, num período em que o sofrimento causado pela II Guerra Mundial estava ainda bem vivo na memória dos povos, e assumiu-se ao longo dos anos como o principal órgão coordenador da ação solidária da Igreja Católica.
A intervenção do Vaticano, nesta área, concretiza-se sobretudo através do Conselho Pontifício ‘Cor Unum’, também conhecido como “Conselho da Caridade”, criado pelo Papa Paulo VI em 1971.
JCP