II Concílio do Vaticano: Professor de francês anuncia a morte de João XXIII e de Kennedy

Quando se deu a abertura do II Concílio do Vaticano (Outubro de 1962), o actual bispo de Portalegre – Castelo Branco, D. Antonino Dias, tinha 13 anos e não guarda grandes memórias desse acto. No entanto recorda as “idas e vindas” de D. Francisco Maria da Silva, na altura bispo auxiliar de Braga, para a assembleia magna convocada pelo saudoso João XXIII.

Quando se deu a abertura do II Concílio do Vaticano (Outubro de 1962), o actual bispo de Portalegre – Castelo Branco, D. Antonino Dias, tinha 13 anos e não guarda grandes memórias desse acto. No entanto recorda as “idas e vindas” de D. Francisco Maria da Silva, na altura bispo auxiliar de Braga, para a assembleia magna convocada pelo saudoso João XXIII.

Após o encerramento, em 1965, quando o padre conciliar chegou a Braga, D. Antonino Dias lembra-se da celebração no Sameiro, algo que “ficou cá dentro”. A envolvência na reforma, “sobretudo litúrgica”, foi o que deu “mais nas vistas”, disse o prelado à Agência ECCLESIA.

O actual pastor de Portalegre entrou para o seminário no ano de abertura do II Concílio do Vaticano. Ainda criança, D. Antonino Dias recorda-se das celebrações em que o padre estava virado de costas para os cristãos. Na aldeia onde nasceu, Longos Vales (Monção) “não havia acólitos”, mas “algumas crianças ajudam à missa”. E acrescenta: “A palavra acólito não era conhecida”.

Na diocese de Braga trabalhou-se “muito na recepção do concílio” e concretizaram-se “muitas iniciativas”. Os seminaristas da altura estudavam os documentos conciliares, especialmente aqueles “que estavam mais relacionados com as disciplinas estudadas”.

O prelado recorda-se da morte do Papa que convocou o II Concílio do Vaticano, João XXIII, e também da morte do Papa Pio XII. “Quando o antecessor de João XXIII faleceu, na minha terra chovia muito”, refere.

Em relação à morte de João XXIII, o jovem seminarista foi avisado, tal como os restantes estudantes, pelo professor de francês. D. Antonino Dias acrescenta que o mesmo docente transmitiu também aos alunos, alguns meses depois, a morte de John Fitzgerald Kennedy.

Para o bispo de Portalegre – Castelo Branco, os documentos «Lumen Gentium» e a «Dei Verbum» foram os mais “aprofundados nas aulas”. Mas “muito cativante” foi também a «Gaudium et Spes». Todos estes documentos “foram estudados em português” porque um jesuíta traduziu-os “para a nossa língua”. Ao nível dos decretos conciliares, o prelado minhoto recorda que aprofundou muito o «Apostolicam Actuositatem» (sobre o Apostolado dos Leigos).

A maioria dos compêndios era em latim e da Universidade Gregoriana (Itália), mas com o II Concílio do Vaticano alguns foram alterados. Com o tempo, os seminaristas “deixaram de falar em latim nas aulas”.

Em relação às celebrações, D. Antonino Dias não se recorda – “talvez tenha sido no seminário” – da primeira eucaristia em que o celebrante estava virado para o povo de Deus, mas “deve ter causado algum espanto”. Com as alterações, o espaço litúrgico também teve de ser alterado. “Actualmente, as pessoas vivem de forma diferente o sacramento da eucaristia” e, segundo o bispo, “para melhor”.

LFS

 

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