D. Jorge Ortiga apela a nova «reconquista cristã» da Europa face ao «secularismo» e «ateísmo»
Braga, 01 abr 2013 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga recordou este domingo cinco argumentos que, no seu entender, comprovam a ressurreição de Cristo, depois de na Vigília Pascal ter afirmado que a Igreja deve envolver-se numa nova “reconquista cristã” da Europa.
“Será que realmente temos provas de que Jesus ressuscitou? Ou isto tudo é uma invenção da Igreja para enganar e fidelizar os seus fiéis?”, questionou D. Jorge Ortiga na sé bracarense, durante a homilia da missa da manhã de Domingo de Páscoa, publicada na página da arquidiocese.
O prelado começou por lembrar a existência de “uma lei romana que impedia a violação e profanação dos sepulcros, sob pena de condenação à morte dos infratores”, motivo que afasta “a hipótese de o corpo ter sido roubado pelos apóstolos, como andavam a afirmar os judeus”.
“Um segundo argumento diz respeito às Escrituras, isto é: a ressurreição não é uma invenção criada pelos apóstolos, mas um facto que está de acordo com as Escrituras, como sendo o cumprimento das profecias do Antigo Testamento e das próprias Palavras de Jesus”, acrescentou.
Os relatos de historiadores distanciados do Judaísmo, as referências na Bíblia às “várias aparições de Jesus” após a sua morte e a “ação dos apóstolos”, que “nunca teriam arriscado a vida ao saírem a anunciar pelo mundo a ressurreição de Jesus, caso não tivessem essa certeza”, foram razões também adiantados pelo arcebispo.
“Por tudo isto, exclui-se a possibilidade de a ressurreição ser um mito bíblico ou uma invenção da Igreja, porque ela foi na verdade um facto real, fruto de uma leitura crente destes argumentos históricos”, vincou.
Para o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana “a fé não é uma teoria que se pode fazer própria ou colocar-se de lado, mas uma coisa muito concreta” que decide o “estilo de vida”.
“A diferença cristã, como consequência ética da ressurreição de Cristo”, evidencia-se na “capacidade de perdoar” e no “gesto que desencadeia a alegria”, bem como “naqueles passos que se desviam do caminho do egoísmo”, na “oração que recorda os que sofrem” e na “qualidade que potencia o amor”.
Na missa da Vigília Pascal, celebrada na noite de sábado para domingo na sé, D. Jorge Ortiga declarou que “a secularização, o ateísmo, a new age, entre tantas outras formas da vivência do religioso, apresentam-se como os novos desafios à ‘reconquista cristã’” da Europa.
A fé exige o desafio de “uma vida em qualidade e uma esperança que gere sentido”, acentuou, antes de afirmar que Cristo desafia os fiéis a serem cristãos “a tempo inteiro”.
“Isto de andar a divulgar a Pessoa e Mensagem de Jesus, não é coisa fácil, nem existem técnicas perfeitas ou truques mágicos para tal”, o mesmo acontecendo quando é preciso “deixar para trás o medo, a angústia, o pecado, o desânimo e a culpa”, assinalou.
RJM