Tradição remonta ao século VI e é o último ato formal da eleição
Lisboa, 13 mar 2013 (Ecclesia) – João, Bento e Gregório são os nomes mais vezes escolhidos pelos Papas, uma decisão que é o último ato formal do Conclave, correspondendo a uma tradição antiga da Igreja Católica.
No início do Cristianismo o eleito usava o seu nome – Lino, Clemente, Eleutério, Aniceto, entre outros -, mas a partir de 532 a tradição de mudar o nome instalou-se: o eleito chamava-se Mercúrio, denominação de uma divindade pagã, e adotou o nome de um dos apóstolos, passando a chamar-se João II.
Este costume consolidou-se e os Papas começaram a escolher nomes de Apóstolos, de mártires ou outros pontífices, muitas vezes para invocar algumas das suas caraterísticas.
Nenhum, contudo, voltou a utilizar o nome de Pedro, escolhido por Jesus para o primeiro Papa, segundo os Evangelhos: em 983 o romano Pedro, eleito para o pontificado, mudou o nome para João e o mesmo aconteceu com Pedro Julião, o Papa português João XXI, falecido em 1277.
O Papa português é um dos 23 a ter escolhido o nome João; outros 16 escolheram Bento, à imagem do último, e o mesmo número optou por Gregório.
Clemente (14), Leão (13), Inocêncio (12), Pio (12), Estêvão (10), Bonifácio (9) e Urbano (8) são os nomes que completam a lista das 10 escolhas mais habituais dos Papas.
A eleição do novo Papa, que aconteceu esta tarde, implica uma maioria de dois terços dos votos: o candidato foi questionado pelo cardeal que preside ao ato eleitoral (neste caso D. Giovanni Battista Re, primeiro na ordem de precedência), em latim, para saber se aceita esta decisão (Acceptasne eletionem de te canonice factam in Summum Pontificem?) e qual o nome que vai escolher (Quo nomine vis vocari?).
OC