UCP: Teólogos elegem o reforço das bases da fé como a principal «herança» de Bento XVI

Lisboa, 28 fev 2013 (Ecclesia) – Três teólogos da Universidade Católica Portuguesa (UCP) são unânimes em destacar o trabalho de Bento XVI à volta do reforço das bases da fé católica como um dos pontos mais significativos do seu pontificado.

Em entrevista à ECCLESIA, o diretor da Faculdade de Teologia da UCP, padre João Lourenço, sustenta que hoje, com a oficialização da renúncia do Papa alemão e a sua partida do Vaticano, terminam “oito anos muito ricos para a Igreja”, tanto ao nível da relação da hierarquia católica com a sociedade como também dentro da própria estrutura eclesial.

“Internamente deu mais consistência à Igreja, principalmente num diálogo que lhe foi tão querido e em que ele se ocupou, quer através das obras quer através do seu magistério testemunhal, que foi o diálogo entre a fé e a razão, entre a fé e a cultura”, realça o sacerdote.

O professor catedrático na área da teologia bíblica entende que, ao se empenhar no desenvolvimento de uma “fé verdadeiramente vivida, testemunhada, celebrada”, através do diálogo, Bento XVI deixou uma “herança muito rica à Igreja”.

Eduardo Borges de Pinho, docente na mesma instituição de ensino, corrobora esta ideia através dos textos deixados por Joseph Ratzinger, a começar logo “pela sua primeira encíclica”.

Para o especialista em Teologia, a encíclica “Deus Caritas est” foi “um documento de uma importância transcendental”, porque o Papa alemão conseguiu apresentar aos fiéis o sentido “nuclear da fé”.

“Aliás, na mensagem da Quaresma para 2013 ele voltou ao tema, que a fé se vive fundamentalmente a partir de uma atitude de amor. Isto tem uma densidade cristã e uma universalidade de mensagem que os crentes não podem de maneira nenhuma ignorar”, acrescenta o teólogo.

O investigador Juan Ambrósio junta-se à reflexão, acentuando a “enorme preocupação” de Bento XVI em “procurar a verdade em diálogo, estando atento a outras sensibilidades”, sem com isso deixar nunca de “dizer muito veementemente” aquilo que pensava.

“À sua volta é que, através de uma certa maneira de viver e interpretar aquilo que ele dizia, havia uma tendência para uniformizar as coisas”, conclui o docente.

PTE/JCP

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