Portugal: Bento XVI pediu maior compromisso dos leigos, recorda antigo presidente da Conferência Episcopal

D. Jorge Ortiga também sublinha apelo ao reforço da identidade católica das instituições de apoio social ligadas à Igreja

Lisboa, 28 fev 2013 (Ecclesia) – Maior compromisso dos leigos e reforço da identidade católica das instituições de apoio social ligadas à Igreja foram dois dos apelos feitos por Bento XVI em Portugal, em 2010, que mais marcaram o então presidente da Conferência Episcopal.

Em declarações à Agência ECCLESIA o atual arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, recordou o discurso que o Papa fez aos bispos de Portugal, em Fátima, a 13 de maio, “quando apelou a uma maior consciência missionária” e pediu “um laicado adulto, integrado na Igreja e implicado na transformação do mundo”.

“Em Lisboa o Papa falou da presença dos cristãos nas realidades terrestres e no Porto voltou a insistir na mesma questão, sublinhando que não podemos perder a capacidade de estarmos presentes no mundo, não impondo mas propondo com ousadia e coragem”, acrescentou o prelado responsável pelo convite a Bento XVI para visitar Portugal.

D. Jorge Ortiga, que desde 2011 preside à Comissão Episcopal responsável pela coordenação dos organismos católicos de ação social, assinalou que o Papa pediu às instituições do setor “que não fossem simples associações filantrópicas mas uma experiência de fé”.

“São prioridades que a Igreja deve continuar a assumir: procurar empenhar-se na qualidade e na transparência, num serviço que seja sinal do amor de Cristo e não mera assistência paternalista de resposta ocasional”, vincou.

Para o prelado o apelo de Bento XVI não se trata de “proselitismo” mas de acentuar a “simplicidade e naturalidade de um amor que não se fica pelas obras que se oferecem mas que se expressa, sobretudo, no espírito que se vive”.

A vinda do Papa a Portugal, de 11 a 14 de maio, foi igualmente “muito importante porque constituiu um estímulo ao processo ‘Repensar a Pastoral em Portugal’, que a Igreja estava a fazer naquela época e que continua atualmente”.

O arcebispo conserva igualmente na memória o “maravilhoso” discurso proferido no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, onde Bento XVI “salientou que é importante não olhar para as coisas penúltimas mas para as últimas” e pediu “ao mundo da cultura a coragem de não apenas fazer coisas belas mas de fazer da vida uma experiência bela”.

“Penso que estes apelos são realidades que não nos deixaram de marcar”, afirmou D. Jorge Ortiga.

RJM

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