Bento XVI: Fim do pontificado assinalado pela partida da Guarda Suíça de Castel Gandolfo

Último ato do pontificado vai ser saudação à população, pelas 17h30 de Roma

Cidade do Vaticano, 26 fev 2013 (Ecclesia) – O final do pontificado de Bento XVI, às 20h00 de Roma (menos uma em Lisboa) desta quinta-feira, vai ser assinalado pela partida da Guarda Suíça colocada à porta da residência pontifícia de Castel Gandolfo, arredores da capital italiana.

O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, revelou hoje em conferência de imprensa que este será o único sinal visível do início da Sé vacante – período entre a morte/renúncia de um Papa e a eleição do seu sucessor – à hora determinada pelo próprio Bento XVI quando apresentou a resignação, no último dia 11.

A Guarda Suíça Pontifícia, fundada pelo Papa Júlio II em 1506, é uma companhia organizada militarmente para a custódia da pessoa do Papa e da sua residência, compromisso que se estende ao Colégio dos cardeais, durante a Sé vacante.

A segurança do Papa emérito vai ser assegurada pela Gendarmaria do Vaticano, tanto em Castel Gandolfo como na sua residência posterior, num antigo mosteiro de clausura dentro do pequeno Estado pontifício.

A última aparição pública de Bento XVI vai acontecer pelas 17h30 locais, com uma saudação à população desde a varanda central do palácio apostólico de Castel Gandolfo, propriedade da Santa Sé.

A partida em helicóptero para a residência pontifícia onde Bento XVI vai permanecer durante cerca de dois meses está marcada para as 17h00 de Roma, com transmissão em direto no Centro Televisivo do Vaticano.

Bento XVI levará consigo documentos de “caráter pessoal”, mas não os que digam respeito “ao governo da Igreja” e às suas funções anteriores como perfeito da Congregação para a Doutrina da Fé, que serão arquivados.

De acordo com o programa divulgado pelo diretor da sala de imprensa da Santa Sé, o Papa vai cumprimentar o seu secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, no pátio de São Dâmaso, pelas 16h50, perante um piquete da Guarda Suíça, seguindo depois para o heliporto do Vaticano, onde se despedirá do decano do colégio cardinalício, D. Angelo Sodano.

Bento XVI vai ser recebido em Castel Gandolfo pelo presidente e o secretário do governo do Estado da Cidade do Vaticano, respetivamente o cardeal Giuseppe Bertello e D. Giuseppe Sciacca, bem como pelo presidente do município e outras autoridades civis.

Na manhã de quinta-feira (11h00), o Papa vai encontrar-se e cumprimentar pessoalmente os cardeais que estiverem presentes em Roma, num encontro que decorrerá na Sala Clementina do Palácio Apostólico.

D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa, anunciou que partirá para Roma esta quarta-feira.

“Prevê-se que um bom número de cardeais chegue já para o dia 28”, adiantou o padre Lombardi.

Na quarta-feira, pelas 10h30 de Roma, vai decorrer a última audiência geral, com o “esquema habitual” de catequese em italiano e saudações em várias línguas, incluindo um percurso “maior” do papamóvel na Praça de São Pedro.

50 mil pessoas estão inscritas, mas o diretor da sala de imprensa da Santa Sé espera uma afluência maior de participantes.

Nesta última audiência não vai haver o ‘beija-mão’ que decorre tradicionalmente após o encontro.

“É um critério de simplicidade”, justificou o padre Lombardi.

Após a audiência, na Sala Clementina, há cumprimentos em “número muito limitado” a algumas autoridades civis da Eslováquia, São Marino, Andorra e Baviera (Alemanha), terra natal do Papa.

Federico Lombardi disse que Bento XVI tem recebido “muitíssimas mensagens de todas as partes do mundo”, com manifestações de gratidão e proximidade.

OC

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